Jardim das Oliveiras
Ciclo do Natal
5a. Mensagem
Por isso, te digo:
perdoados lhe são os seus muitos pecados, porque ela muito amou; mas aquele a
quem pouco se perdoa, pouco ama. Lucas 7,
47
Após a mensagem de ontem, recebi a visita de
um querido, intrigado e ansioso para compreender mais. Fomos tomar um café.
- - Pastor, não devemos
andar nos santos e retos caminhos do Senhor ?
- - Sem dúvida. Isso agrada a Deus.
- - Então, porque o seu
amigo afirmou que os certinhos não entrarão no Reino dos Céus ?
Dei uma gargalhada. Pedimos o café. Arre, café
quente com calor infernal, que mico ?
- - Bem, meu caro, aquilo
foi uma ilustração. Deixe-me explicar: O
problema de sempre está no fato de
acharmos que pelo nosso esforço obtemos a graça de Deus. - Quando o esforço é objeto de admiração,
auto-premiação, até mesmo culto, incorremos no erro maligno da auto-salvação.
- - Hum, hum, explique mais,
por favor.
- - Ok, isso quer dizer o
seguinte: quanto mais conhecemos profundamente a nós mesmos, mais reconhecemos
a necessidade da misericórdia do Senhor, da presença mansa e suave de
Deus. Conhecendo, principalmente, nossas
omissões, entendemos nosso impulso para dirigir exclusiva e unilateralmente as
nossas vidas.
-
Isso revela, então,
nossa tendência ao egoísmo ?
- - De certo, claro. Homens
certinhos e perfeitos, segundo a avaliação deles, falam de Deus, mas não
precisam dEle. Se não precisam, têm pouca experiência com o Salvador, porque,
na verdade, acham que podem produzir a própria salvação. Eles não dizem isso, mas suas ações denotam
isso.
- - Continue, pastor, estou
gostando.
- - Pessoas certinhas e
perfeitas não têm motivos (segundo elas) para pedir perdão. Alguns acham até
que não pecam, apenas apontam os pecados dos outros. Se a pessoa acha que não
erra, como pode reconhecer a necessidade do perdão de Deus ?
- - Faz sentido.
- - Está registrado nos
evangelhos. Jesus é a prova disso. Ele
procurou pessoas vulneráveis, fragilizadas, imperfeitas, pecadoras, porque ele
as queria restaurar, salvar, estabelecer uma experiência duradoura de fidelidade.
Quem achava que dominava tudo, sabia sobre tudo, com religiosidade impecável,
não abriu o coração para conhecer e ser tocado pelo Salvador. Os que sabiam
quem eram, de fato, entregaram tudo a ele. Uma grande ilustração está na
história da mulher que ungiu os pés de Jesus (Lucas 7, 36-50). Por favor, leia
a passagem.
Naquele momento, meu horário terminara. Precisa
ir ao oftalmologista. Antes de sair, conclui:
- - Anterior a qualquer
esforço de perfeição, olhe para Jesus na cruz. Olhe até entender e receber o
significado daquilo. Quando você entende
e aceita com todo o seu ser, o esforço quanto a andar no caminho santo e reto
será consequência agradável, jamais instrumento para obter o favor de Deus. Aceitar
o que Ele fez na cruz por você, repito, por você, no seu lugar, é a chave para
tudo. Entendeu ? Para isso, por isso,
Jesus nasceu! O natal é o início dessa maravilhosa jornada.
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