18/12/2009

Meus presentes de Natal

Uma quinta-feira longa. A jornada começara às 7 horas. Saí da igreja às 20h40min, após rápido e hilariante encontro com os coralistas, acertando detalhes para a Audição de Natal deste domingo. Meu último compromisso do dia seria comparecer à reunião do grupo pequeno. Caminhando pela rua da igreja, após dois quarteirões, deparei-me com cena insólita e triste: mãe e filho discutiam, aos gritos, na calçada. Ela, descontrolada; ele, um bonito rapaz de 16 anos, chorava. Pessoas em volta, a polícia chegando, um vizinho, do outro lado da rua, berrando impropérios para a moça, palavras de baixíssimo calão e com balde de água para jogar contra a destemperada.

Da curiosidade aflorou uma avassaladora compaixão. Olhos de misericórdia foram aguçados pelo Espírito Santo. Olhei para aquela pobre jovem senhora, ouvindo-a gritar que era a mãe do rapaz, continuamente. O grave detalhe é que ela não tinha a guarda do filho, confiada a parentes. Seu desespero era não poder contar com a fluidez do mais afetuoso diálogo entre genitora e criatura amada, seu filho. A agonia da mãe, o escárnio dos vizinhos, o choro do rapaz, a cena policial tudo isso contribuiu para que, paralisado, eu esperasse o melhor momento para atuar como pastor.

E assim procedi. Na primeira brecha, apresentei-me e disse-lhe que gostaria de ajudá-la. Claro, resistência no princípio. Mas, como cremos, o Espírito de Deus é maravilhoso e vai fazendo sua obra, desmoronando corações blindados. Ao fim e ao cabo, todos foram se dispersando, e eu fiquei conversando com a moça, demovendo-lhe a rudeza do coração e a turvação da mente.

Não preciso dizer que ali, diante de mim, orbitando em outra esfera, estava uma alma atormentada cujo fruto é o distanciamento das pessoas, inclusive as mais chegadas, queridas e familiares. Uma alma em frangalhos que não acredita no Natal, embora alguns familiares sejam evangélicos. Uma alma para ser refeita, restaurada, acolhida, liberta e preparada para a reconciliação com Deus. De outra forma, só colherá frutos amargos ao longo de sua provável triste história.

Aos poucos, muitos vão se perdendo pela estrada da vida. Por responsabilidade própria ou pelas inesperadas circunstâncias, tecem caminhos tortuosos, enredam-se em narrativas de autoflagelação, cavam suas próprias covas. E, pelo caminho, encontram, quando encontram, poucos que estendam a mão para apoio.

O que eu fiz ? Apenas ter carinho por aquela criatura especial de Deus, apresentando-lhe as mais certas palavras bíblicas de acolhimento e restauração. Lancei a semente. Convidei-a para Cristo, para a igreja, para o novo nascimento.

Meus presentes de Natal ? Dois. Que ela atenda meu convite, convite do Espírito Santo. Outro, como sempre, que o testemunho da nossa igreja seja sempre esse: investir tempo, energia e talento em prol dos que estão cansados e sobrecarregados, de quem precisa de Cristo.

Quando oportuno, faça você o mesmo.
Feliz Natal! Porque para essas cenas Jesus nasceu em Belém. Para modificá-las, transformá-las, salvá-las.

17/12/2009

Cético também

Meus caríssimos, interesso-me bastante sobre o assunto ecológico. Acrescento, nos últimos tempos, a observação de que surge uma nova religião: os cultuadores da falácia sobre as causas do Aquecimento Global. Há muita coisa por trás desse debate, inclusive doutrinação ideológica, entre outras tantas. Gostei do texto abaixo.
Voltarei ao assunto.


Eu, o cético

Seu nome é Jim Hansen. Cientista da NASA e consultor de Al Gore. Transformou-se numa das principais vozes no debate mundial sobre clima. Torce para que a COP15, a conferência do clima em Copenhague, seja um fracasso. Seu nome é John Coleman. Meteorologista na Califórnia e fundador do mundialmente conhecido Weather Channel (Canal do Tempo). Também torce para que a COP15 seja um fracasso. Hansen acredita que a Terra está caminhando para um enorme desastre climático devido ao aquecimento global. Coleman afirma que o aquecimento é uma fraude, um estelionato científico. O cientista da NASA crê que as medidas propostas em Copenhague serão inúteis diante da gravidade da situação e do descontrole na ação do homem sobre o clima. Coleman diz que o homem nada tem a ver com o que ocorre hoje no clima.

Jim Hansen é chamado de apocalíptico. Coleman de negacionista. O debate das mudanças climáticas acabou por criar estas denominações para aqueles que ousam, em maior ou menor grau, contestar as teses dominantes sobre a influência humana e o aquecimento do planeta. Eu não me considero integrante de nenhum dos dois campos. Nem apocalíptico. Tampouco negacionista. E torço para que Copenhague ofereça soluções para reduzir o desmatamento e a poluição.

É um fato científico que o planeta esquentou nos últimos 150 anos, período de instrumentação meteorológica. Parece-me um fato inquestionável que houve influência humana para este aquecimento, seja pelas chamadas ilhas de calor urbano (grandes cidades), desmatamento ou uso/manejo do solo. O que divirjo é da teoria que desejam transformar em senso comum que o aquecimento global foi quase totalmente provocado pelo homem, dando pouco relevo a causas naturais que julgo da mais alta importância como atividade solar e ciclos oceânicos. O que contesto é a tendência da mídia, alimentada por pesquisadores, em sensacionalizar o clima e ligar ao homem todo e qualquer desastre natural ou evento extremo que ocorra nos dias de hoje. O que me desagrada é o fato de tomarem como certos valores de elevação da temperatura do planeta nos últimos 150 anos, quando pairam acusações de fraudes sobre pesquisas e estão comprovadas deficiências gigantescas nas observações. O que me causa espanto é que a população está cada vez mais sendo doutrinada a acreditar que tudo que ocorre de ruim hoje no nosso clima é um fato novo, sem precedentes, inédito, ignorando-se por completo a história climática. O que me espanta é a incapacidade da imprensa de sustentar um debate sério sobre o tema, vendo-se hoje na mídia jornalistas que se transformaram em verdadeiros ativistas, seja a favor do negacionismo, seja em prol do catastrofismo.

Por essas e outras, com orgulho, declaro-me meramente um cético. (Coluna publicada no jornal ABC Domingo de 13 de dezembro de 2009)

Autor: Eugenio Hackbart
do site www.metsul.com