18/12/2009

Meus presentes de Natal

Uma quinta-feira longa. A jornada começara às 7 horas. Saí da igreja às 20h40min, após rápido e hilariante encontro com os coralistas, acertando detalhes para a Audição de Natal deste domingo. Meu último compromisso do dia seria comparecer à reunião do grupo pequeno. Caminhando pela rua da igreja, após dois quarteirões, deparei-me com cena insólita e triste: mãe e filho discutiam, aos gritos, na calçada. Ela, descontrolada; ele, um bonito rapaz de 16 anos, chorava. Pessoas em volta, a polícia chegando, um vizinho, do outro lado da rua, berrando impropérios para a moça, palavras de baixíssimo calão e com balde de água para jogar contra a destemperada.

Da curiosidade aflorou uma avassaladora compaixão. Olhos de misericórdia foram aguçados pelo Espírito Santo. Olhei para aquela pobre jovem senhora, ouvindo-a gritar que era a mãe do rapaz, continuamente. O grave detalhe é que ela não tinha a guarda do filho, confiada a parentes. Seu desespero era não poder contar com a fluidez do mais afetuoso diálogo entre genitora e criatura amada, seu filho. A agonia da mãe, o escárnio dos vizinhos, o choro do rapaz, a cena policial tudo isso contribuiu para que, paralisado, eu esperasse o melhor momento para atuar como pastor.

E assim procedi. Na primeira brecha, apresentei-me e disse-lhe que gostaria de ajudá-la. Claro, resistência no princípio. Mas, como cremos, o Espírito de Deus é maravilhoso e vai fazendo sua obra, desmoronando corações blindados. Ao fim e ao cabo, todos foram se dispersando, e eu fiquei conversando com a moça, demovendo-lhe a rudeza do coração e a turvação da mente.

Não preciso dizer que ali, diante de mim, orbitando em outra esfera, estava uma alma atormentada cujo fruto é o distanciamento das pessoas, inclusive as mais chegadas, queridas e familiares. Uma alma em frangalhos que não acredita no Natal, embora alguns familiares sejam evangélicos. Uma alma para ser refeita, restaurada, acolhida, liberta e preparada para a reconciliação com Deus. De outra forma, só colherá frutos amargos ao longo de sua provável triste história.

Aos poucos, muitos vão se perdendo pela estrada da vida. Por responsabilidade própria ou pelas inesperadas circunstâncias, tecem caminhos tortuosos, enredam-se em narrativas de autoflagelação, cavam suas próprias covas. E, pelo caminho, encontram, quando encontram, poucos que estendam a mão para apoio.

O que eu fiz ? Apenas ter carinho por aquela criatura especial de Deus, apresentando-lhe as mais certas palavras bíblicas de acolhimento e restauração. Lancei a semente. Convidei-a para Cristo, para a igreja, para o novo nascimento.

Meus presentes de Natal ? Dois. Que ela atenda meu convite, convite do Espírito Santo. Outro, como sempre, que o testemunho da nossa igreja seja sempre esse: investir tempo, energia e talento em prol dos que estão cansados e sobrecarregados, de quem precisa de Cristo.

Quando oportuno, faça você o mesmo.
Feliz Natal! Porque para essas cenas Jesus nasceu em Belém. Para modificá-las, transformá-las, salvá-las.

17/12/2009

Cético também

Meus caríssimos, interesso-me bastante sobre o assunto ecológico. Acrescento, nos últimos tempos, a observação de que surge uma nova religião: os cultuadores da falácia sobre as causas do Aquecimento Global. Há muita coisa por trás desse debate, inclusive doutrinação ideológica, entre outras tantas. Gostei do texto abaixo.
Voltarei ao assunto.


Eu, o cético

Seu nome é Jim Hansen. Cientista da NASA e consultor de Al Gore. Transformou-se numa das principais vozes no debate mundial sobre clima. Torce para que a COP15, a conferência do clima em Copenhague, seja um fracasso. Seu nome é John Coleman. Meteorologista na Califórnia e fundador do mundialmente conhecido Weather Channel (Canal do Tempo). Também torce para que a COP15 seja um fracasso. Hansen acredita que a Terra está caminhando para um enorme desastre climático devido ao aquecimento global. Coleman afirma que o aquecimento é uma fraude, um estelionato científico. O cientista da NASA crê que as medidas propostas em Copenhague serão inúteis diante da gravidade da situação e do descontrole na ação do homem sobre o clima. Coleman diz que o homem nada tem a ver com o que ocorre hoje no clima.

Jim Hansen é chamado de apocalíptico. Coleman de negacionista. O debate das mudanças climáticas acabou por criar estas denominações para aqueles que ousam, em maior ou menor grau, contestar as teses dominantes sobre a influência humana e o aquecimento do planeta. Eu não me considero integrante de nenhum dos dois campos. Nem apocalíptico. Tampouco negacionista. E torço para que Copenhague ofereça soluções para reduzir o desmatamento e a poluição.

É um fato científico que o planeta esquentou nos últimos 150 anos, período de instrumentação meteorológica. Parece-me um fato inquestionável que houve influência humana para este aquecimento, seja pelas chamadas ilhas de calor urbano (grandes cidades), desmatamento ou uso/manejo do solo. O que divirjo é da teoria que desejam transformar em senso comum que o aquecimento global foi quase totalmente provocado pelo homem, dando pouco relevo a causas naturais que julgo da mais alta importância como atividade solar e ciclos oceânicos. O que contesto é a tendência da mídia, alimentada por pesquisadores, em sensacionalizar o clima e ligar ao homem todo e qualquer desastre natural ou evento extremo que ocorra nos dias de hoje. O que me desagrada é o fato de tomarem como certos valores de elevação da temperatura do planeta nos últimos 150 anos, quando pairam acusações de fraudes sobre pesquisas e estão comprovadas deficiências gigantescas nas observações. O que me causa espanto é que a população está cada vez mais sendo doutrinada a acreditar que tudo que ocorre de ruim hoje no nosso clima é um fato novo, sem precedentes, inédito, ignorando-se por completo a história climática. O que me espanta é a incapacidade da imprensa de sustentar um debate sério sobre o tema, vendo-se hoje na mídia jornalistas que se transformaram em verdadeiros ativistas, seja a favor do negacionismo, seja em prol do catastrofismo.

Por essas e outras, com orgulho, declaro-me meramente um cético. (Coluna publicada no jornal ABC Domingo de 13 de dezembro de 2009)

Autor: Eugenio Hackbart
do site www.metsul.com

23/09/2009

Honduras e a verdade

Se você quiser entender o que está acontecendo em Honduras. Se você quiser entender qual a participação horrorosa do Brasil e colegas, leia o artigo abaixo.

A DEMOCRACIA CONTRA O POPULISMO ABSOLUTISTA quarta-feira, 23 de setembro de 2009 4:35
A tentativa levada a efeito por Hugo Chávez, Lula e Daniel Ortega de reinstalar, à força, Manuel Zelaya no poder, em Honduras, obedece a uma espécie de diretriz das esquerdas latino-americanas: evidenciar que os Poderes Legislativo e Judiciário nada podem contra um “presidente eleito pelo povo”, pouco importa o que ele faça e como se comporte. As urnas confeririam ao eleito uma autoridade que estaria acima da própria Constituição. Assim se deram as “mudanças” na Venezuela, na Bolívia e no Equador. O primeiro país já é uma ditadura; os dois outros estão a caminho, seguidos de perto por Nicarágua. Não pensem que Lula é estranho a este sentimento. É que, no Brasil, as coisas têm de ser feitas de outro modo. O fato é que estamos, no continente, diante de uma óbvia hipertrofia do Poder Executivo, que passa a reivindicar o poder absoluto ancorado na “legitimidade popular”. A fórmula, assim, fica simples: “Zelaya foi eleito? Então tem de governar”, pouco importa se de acordo com a Constituição ou contra ela.
Por isso a conspirata de agora contra o governo hondurenho. A verdade cristalina, evidente, comprovada pelos fatos, é que Honduras, apesar de todas as dificuldades enfrentadas pelo estúpido isolamento a que vem sendo submetida depois da deposição constitucional de Manuel Zelaya, estava vivendo relativamente em paz. E o advérbio fica por conta das naturais dificuldades que enfrenta um país nessas condições. Justiça, Congresso, imprensa, Igreja, sindicatos… Cada instituição ou ente da República vivia na plenitude de seus direitos. Era assim até que Lula irrompesse no cenário.
Não custa lembrar: Zelaya foi deposto PARA QUE A LEI SE CUMPRISSE. Como sabem os leitores deste blog, não preciso de pelo menos 24 horas para opinar sobre alguma coisa; não espero que os leitores primeiro se manifestem para depois dizer o que penso. Outros aproveitam um detalhezinho ou outro para dar cavalo de pau no que vinham afirmando e sustentar, então, o contrário. No dia do que chamam golpe, que golpe nunca foi, escrevi aqui o texto Quem é mesmo o golpista em Honduras? POR ENQUANTO, Forças Armadas garantem Constituição democrática. Fui o primeiro, talvez na imprensa mundial (estou parecendo o Lula, rá, rá, rá), a fazer o óbvio: ler a Constituição hondurenha, que vinha garantindo três décadas de regime democrático no país. Não fiz nenhum favor a ninguém. Era uma obrigação de todo jornalista. Alguns não a cumpriram até hoje.
Ocorre que Hugo Chávez anunciou o que chamou de “golpe”, o Brasil seguiu atrás como cachorro vagabundo atrás do caminhão de gás, e José Miguel Insulza, o asqueroso socialista chileno que preside a OEA, estrilou e anteviu guerra civil… Aí veio o governo de Barack Hussein, que terceirizou para Madame Clinton o “setor América Latina”. E a imprensa mundial, incluindo a brasileira, que chega a estar infiltrada pela assessoria de imprensa de Celso Amorim, saiu, bovinamente, a protestar contra o “golpe”.
Que golpe? A Constituição evidencia que Zelaya caiu para preservar as instituições. Ele estava fazendo um plebiscito declarado ilegal pela Justiça e rejeitado pelo Congresso. Deu ordens ao Exército que contrariavam a Constituição. Foi deposto pela Justiça. Mas um erro grave foi cometido: foi retirado do país. Conta-me uma fonte ligada ao governo hondurenho que os representantes da Justiça e do Congresso que negociaram com Zelaya caíram num truque infantil. A decisão inicial, com base na Constituição e nas leis, era prendê-lo e processá-lo. Ele teria pedido para sair. Convenceu os interlocutores que isso evitaria confrontos e eventuais mortes. Cederam a seus apelos. O pijama já fazia parte de sua pantomima. Chávez, o real organizador e financiador do plebiscito, tratou de cada detalhe da saída de Zelaya e, depois, da “resistência”. O governo provisório de Honduras apostou que o madeireiro milionário pensaria nos próprios negócios e na fortuna que tem no país e não criaria problemas. Deu no que deu.
A fonte é muito boa, o que não significa que acredite sem reservas na história. O comandante do Exército já havia dito a Zelaya que não cumpriria uma ordem declarada ilegal pela Justiça. Ele sabia que iria ser deposto. Não queria ser preso. E não foi. Retirá-lo do país, à força ou numa negociação, foi um erro estúpido. Conferiu ares de verdade à mentira evidente de que teria havido um golpe. Sigamos.
Honduras vivia, então, relativamente em paz. Cedo ou tarde, o governo que saísse das urnas acabaria sendo reconhecido. MAS UMA NOVIDADE INSUPORTÁVEL ESTARIA DADA PARA OS BOLIVARIANOS E SEUS AMIGOS: PRESIDENTE QUE RECORRER ÀS ELEIÇÕES PARA AFRONTAR A CONSTITUIÇÃO CAI. E é derrubado democraticamente. O próprio Lula, pesquisem, chegou a comentar: “Se isso vira moda…” Pois é, se isso “vira moda”, o bolivarianismo vai para o vinagre. HONDURAS, COM EFEITO, É UM PÁIS PEQUENO DEMAIS PARA INCOMODAR TANTO. A QUESTÃO É DE PRINCÍPIO PARA OS AUTORITÁRIOS. Eles precisam da soberania absoluta - e absolutista - das urnas para levar adiante o seu projeto de ditadura.
Assim, Lula, Ortega e Chávez se articularam para instaurar em Honduras o caos, a desordem, o clima de guerra civil. E pouco se importaram ou se importam com o destino dos hondurenhos. A sorte do governo provisório - e da população - é que Zelaya tem o apoio de uma minoria que chega a ser ridícula. Por isso, os distúrbios de rua são contidos com relativa facilidade. Chávez estava e está determinado a provocar um banho de sangue no país, como ficou evidente nas duas outras vezes em Zelaya tentou voltar Na semana seguinte ao conflito, esquerdistas da Venezuela e da Nicarágua foram presos no país. Estavam lá com o único fito de participar das manifestações.
O que está em jogo em Honduras é mais do que reinstalar ou não Zelaya no poder. O que está em jogo é saber qual é o limite da dita soberania de um governo eleito pelo povo. Será ele tão poderoso que pode afrontar a própria Constituição que dá legitimidade à escolha democrática? Ora, para um democrata, a resposta óbvia é “Não”. O povo não é soberano para rasgar a Constituição que declara a sua soberania, entenderam? E isso significa que há regras. As da Constituição hondurenha foram violadas por Zelaya.
Trata-se, em suma, de um choque entre a legalidade democrática e, se me permitem, o populismo absolutista. Houvesse um governo nos EUA e não um garoto-propaganda das ONGs, que tem a ambição de governar o país a partir da TV e da Internet, isso já teria ficado claro há tempos. E esses ratos gordos não estariam tão assanhados. O problema é que o gato está cuidando da maquiagem para mais um espetáculo, mais uma entrevista, mais um show midiático.

Publicado no indispensável site de Reinaldo Azevedo: www.reinaldoazevedo. com.br

30/07/2009

Cá estou com o português nos braços


Tenho um costume antigo, cultivado desde os 19 anos, iniciado por um colega de trabalho, que é frequentar sebos de livros. Aqui em Curitiba, visitei alguns sebos. Garimpei, que, aliás, é o grande "barato" dos sebos, e descobri as obras completas de Ferreira de Castro, grande escritor português, autor do monumental A Selva.

Sempre fico sensibilizado, e é de grande valia, relembrar a biografia de Ferreira de Castro. Ainda jovem, experimentou as condições mais precárias de existência. Passou fome, submeteu-se a trabalhos braçais e de exposição degradante, mas nunca desistiu de escrever. Tinha tudo para ser um zé-ninguém, um pobre e coitado, um perdedor, mas foi vitorioso. Este sujeito tinha uma ambição, um sonho e nada o impediu de escrever.

E você, que jamais chegou perto da condição de Ferreira de Castro, ainda quer desistir ?

Notas de julho 5 - Conspiração da Bondade

Pequenos gestos, atitudes e iniciativas podem causar o bem, impressionar e beneficiar pessoas. Isso é totalmente bíblico, está na linha da vontade de Cristo.

Você precisa acreditar que Deus coloca diante de você, todos os dias, oportunidades para que a bondade dele seja revelada por meio de suas atitudes. Você é o veículo por excelência para que Deus chegue às pessoas.

Eu estava no posto de gasolina. Fui abordado por um jovem senhor, que com sua família mineira, desejava encontrar uma saída do centro de Curitiba para São Paulo. Abordou-me porque viu a placa de SP de meu carro. Ninguém, nem taxista, tivera a paciência para explicar a rota de saída da cidade.
Sorri e disse-lhe que já passara por tal situação. Fiz de tudo para que ele entendesse a rota. Fui simpático, didático, repetitivo. Ele ficou alegre, comentou que nunca obtivera uma explicação tão detalhada, que não esperava tal paciência de minha parte.

A rápida conversa desviou para outro assunto, quando tive a oportunidade de dizer-lhe que sou pastor, desejando a todos uma viagem familiar abençoada e tranquila.

Ele saiu feliz, sorridente, provavelmente com uma boa impressão de um pastor.
Pronto, a porta está aberta. Quem sabe o Senhor colocou aquele homem no meu caminho, para que eu pavimentasse a estrada que vai conduzi-lo, mais adiante, pelas veredas da fé ? Não pode ser ?

O fato mais importante disso tudo, para qualquer cristão, é que Deus espera de nós a bondade, a chave que abre portas para lugares mais importantes.

29/07/2009

Notas de julho - 4

Visitei duas grandes igrejas presbiterianas em Londrina. Algumas observações:
1. A juventude (ou gente com menos de 50 anos) compõe pelo menos 70% da membresia;
2. A oração é a base de tudo o que se faz. Ora-se forte naquelas igrejas;
3. Elegeram os Grupos Pequenos (chamam de células) como a força da igreja;
4. Os louvores são moderados;
5. Têm forte atuação na cidade;
6. O voluntariado é grande, apaixonado;
7. Romperam barreiras para continuar cumprindo a missão. São totalmente evangelizadoras;
8. Usam todos os recursos de mídia;
9. O rol de membros está na casa dos milhares;

Exatamente o mesmo estou vendo aqui em Curitiba, na Primeira Igreja Batista.

Aprender com gente que faz é o mais importante. Gente que cumpre a Palavra.

Estou feliz.


Notas de julho - 3

Sei que quando desconhecemos nossa história, nosso fio de identidade, enveredamo-nos por qualquer caminho, o mais perigoso é o da descaracterização.

Os presbiterianos, somos um grupo cuja origem teológica, fincada no século XVI, considera a soberania, majestade e atuação de Deus em todas as esferas. Não há um só canto onde Deus não deva estar presente. E Ele está presente pela atuação de sua Igreja, quando, pelo testemunho da Palavra e ações, tudo ao redor gira em conformidade à Sua vontade. Ele espera que sua vontade, expressa na Bíblia, seja materializada por nossas ações.

O mundo está caminhando contra a maré evangélica. Não podemos simplesmente ignorar as incursões malignas em todos os setores. Ao contrário, interpretando corretamente, devemos promulgar uma palavra forte e atuar politicamente.

Nada me tira da mente o estrago profundo causado pelo enfraquecimento do protestantismo histórico, seja na Europa, Estados Unidos e aqui no Brasil.

Ainda pagaremos caro pela cegueira diante de um Obama desconhecido (não para poucos), um presidente brasileiro espertíssimo, um senador falsamente católico e uma televisão sincrética, quando no fundo é mesmo espírita.

Está para ressuscitar uma Igreja Protestante Histórica que cuide da pregação ousada do Evangelho, do testemunho profético, que defenda os valores mais caros de sua formação.

Os tempos estão sombrios.

Notas de julho - 2

Surpreendo-me quando sou indagado sobre como vai a linda e histórica Igreja Presbiteriana do Jardim das Oliveiras. Isso quando ocorre, é claro, fora de São Paulo.

No Rio de Janeiro, para onde fui participar de encontro de líderes da década de 70, e, também, convidar o Rev. Guilhermino Cunha para ser o pregador do nosso próximo aniversário, ouvi duas pessoas recordando o "grande pastor e pregador Rev. José Borges dos Santos Jr."


Talvez, hoje, alguns não considerem, por desconhecimento, a importância histórica da nossa igreja. Ela ainda está no imaginário de muita gente.


A IPJO terá a honra de receber o Rev. Guilhermino no segundo domingo de março do próximo ano. Nosso secretário sinodal de mocidade, na década de 70, no Rio de Janeiro, é pastor da Catedral Presbiteriana, primeira igreja presbiteriana instalada no Brasil, no século 19.


Aqui está a foto da linda igreja:

Notas de julho - 1

Neste mês de julho eu estou pesquisando algumas igrejas históricas de sucesso. Que seja entendido como sucesso o fato da igreja atuar em várias áreas (com qualidade) e estar em crescimento numérico. Minhas concentrações estão em três igrejas presbiterianas e uma batista.

Primeiro no Rio de Janeiro, depois em Londrina, e, agora, em Curitiba.

A minha igreja, Jardim das Oliveiras, é especial. Aos poucos, vai entendendo as especificidades e dificuldades do ato de pastorear no século XXI. Por isso, sinto-me na santa e agradável obrigação de trabalhar cada vez mais, não tanto em quantidade (porque isso já seria impossível), mas pinçando a qualidade. Quero dizer, onde existe um trabalho de qualidade inegável, estarei lá para fuçar, esquadrinhar, saber quais são os fatores específicos daquela igreja, e, no geral, quais são os comuns a todas elas.

Esta é minha tarefa para o mês de julho.

28/07/2009

Improdutividade Histórica

Raul Castro pede que cubanos trabalhem mais

Cuba é um país agrícola, mas importa 80% dos alimentos que consome. Em 2007, a metade das terras nas mãos do Estado estava sem cultivar, e Raúl Castro deu ordem de acabar com esse despropósito e distribuí-las em usufruto entre agricultores e cooperativistas. No domingo o mandatário deu os últimos números: foram entregues 690 mil hectares, aproximadamente 39% da "área ociosa", e dessa terra só um terço está semeado. "Não podemos nos sentir tranquilos enquanto existir um só hectare de terra sem emprego útil", disse ele.
(publicado na Folha de SP de hoje)

Aqui está a completa e mais direta declaração do fracasso comunista. Em todo canto, e não há um exemplo na história que diga o contrário, a gritaria do Novo Homem, sob a beleza do comunismo, cantado em verso e prosa pelos idiotas de plantão, nunca vingou. O comunismo é um fracasso abissal, e em todos os aspectos.

Em 86, na Nicarágua, eu moleque burro, adestrado desastradamente pela Teolologia da Libertação, ainda dava alguns créditos aos "comunistas evangélicos" cubanos. Hoje, eu nem iria ao evento promovido pelo CMI.

Abraço.

01/07/2009

Não houve "golpe de Estado" em Honduras


Acabei de postar uma homenagem ao nosso Kaká (veja abaixo). Seria só um posto nesta noite, mas não pude evitar. Venho lendo muita bobagem sobre o "golpe" em Honduras. Resolvi reproduzir as palavras de uma das maiores conhecedoras de política da América Latina, Graça Salgueiro. Se não me engano, uma tenaz pernambucana que, sozinha, brinda-nos com o que há de melhor para conhecer a articulação continental rumo ao socialismo.
Em tempo: a foto ao lado apresenta três dos vários patetas latinoamericanos.
(Caso não se interesse por política, vá direto à homenagem ao Kaká, penúltima postagem)
Ora, Zelaya infringiu o Artigo 4 da Constituição, o qual o incrimina automaticamente por "delito de traição à Pátria", e perdeu a qualidade de cidadão ao infringir o Artigo 42, inciso 5, conforme destacado acima. Por estas infrações o Tribunal Eleitoral, a Procuradoria Geral, o Congresso e a Corte Suprema de Justiça declararam o referendo ilegal. Apesar disso, Zelaya, como um louco alucinado e cego, passou por cima de todas as instâncias superiores desobedecendo as ordens de não realizar o referendo, destituiu no dia 24 pp. Romeo Vásquez Velásquez do cargo de chefe do Estado Maior Conjunto das Forças Armadas, por recusar-se a colaborar com um ato ilegal e inconstitucional (que a Corte Suprema e o Congresso o restituíram a seu cargo), rasgou a Constituição e decidiu levar adiante o plano de Chávez e Fidel.

Tegucigalpa, capital de Honduras, amanheceu ontem em polvorosa, quando militares do Exército invadiram às 5 h. da manhã o palácio presidencial, tiraram de lá o presidente Manuel Zelaya e o despacharam para a Costa Rica. Este gesto heróico e histórico visava a evitar que se realizasse um referendo, convocado ilegalmente por Zelaya para a criação de uma Assembléia Constituinte, cuja meta era anular a Constituição de 1982 e em seu lugar criar uma nova que permitisse a reeleição presidencial indefinidamente.

Zelaya foi eleito em 2006, através de eleições limpas e democráticas, pelo Partido Liberal (de direita), e realizava um governo normal até ser picado pelo ferrão de Chávez; com isso deu uma guinada de 360% em sua postura político-ideológica causando estranheza até em seus correligionários. Chávez o convenceu a participar da ALBA (Alternativa Bolivariana para as Américas) e a partir de então, através de favores, começou o monitoramento. Zelaya tornou-se "bolivariano", foi a Cuba lamber as botas de Fidel que não lhe poupou elogios, e passou a alimentar a idéia totalitária de perpetuar-se no poder como já está concretizado na Venezuela e na Bolívia.

A Constituição hondurenha não permite reeleição e é muito clara em seu posicionamento a quem descumpra tal determinação, conforme atestam os artigos abaixo:
"ARTIGO 4 - A forma de governo é republicana, democrática e representativa. É exercida por três poderes: Legislativo, Executivo e Judiciário, complementares e independentes e sem relações de subordinação.

A alternância no exercício da Presidência da República é obrigatória. A infração desta norma constitui delito de traição à Pátria.
ARTIGO 42 - A qualidade de cidadão se perde:
1. Por prestar serviços em tempo de guerra a inimigos de Honduras ou de seus aliados;
2. Por prestar ajuda contra o Estado de Honduras, a um estrangeiro ou a um governo estrangeiro em qualquer reclamação diplomática ou ante um tribunal internacional;
3. Por desempenhar no país, sem licença do Congresso Nacional, emprego de nação estrangeira, do ramo militar ou de caráter político;
4. Por restringir a liberdade de sufrágio, adulterar documentos eleitorais ou empregar meios fraudulentos para burlar a vontade popular;
5. Por incitar, promover ou apoiar o continuísmo ou a reeleição do Presidente da República, e,
6. Por residir os hondurenhos naturalizados, por mais de dois anos consecutivos no estrangeiro, sem prévia autorização do Poder Executivo.

Nos casos a que se referem os incisos 1 e 2, a declaração da perda da cidadania será feita pelo Congresso Nacional, mediante expediente circunstanciado que se faça para o efeito. Para os casos dos incisos 3 e 6, tal declaração será feita pelo Poder Executivo mediante acordo governativo; e para os casos dos incisos 4 e 5, também por acordo governativo, anterior à sentença condenatória ordenada pelos tribunais competentes".

Ora, Zelaya infringiu o Artigo 4 da Constituição, o qual o incrimina automaticamente por "delito de traição à Pátria", e perdeu a qualidade de cidadão ao infringir o Artigo 42, inciso 5, conforme destacado acima. Por estas infrações o Tribunal Eleitoral, a Procuradoria Geral, o Congresso e a Corte Suprema de Justiça declararam o referendo ilegal. Apesar disso, Zelaya, como um louco alucinado e cego, passou por cima de todas as instâncias superiores desobedecendo as ordens de não realizar o referendo, destituiu no dia 24 pp. Romeo Vásquez Velásquez do cargo de chefe do Estado Maior Conjunto das Forças Armadas, por recusar-se a colaborar com um ato ilegal e inconstitucional (que a Corte Suprema e o Congresso o restituíram a seu cargo), rasgou a Constituição e decidiu levar adiante o plano de Chávez e Fidel.

Apesar de todas essas evidências, quando os militares depuseram Manuel Zelaya do cargo que - a partir de então - ocupava ilegalmente, em defesa da Constituição, do Estado de Direito, do império da Lei e da garantia da Ordem, Chávez encabeçou um movimento junto com seus capachos Ortega e Correa, chamando o ato legítimo de "golpe de Estado". Imediatamente, como rastilho de pólvora, todos os outros camaradas pertencentes à ALBA e ao Foro de São Paulo saíram em defesa da "restituição imediata de Zelaya ao seu legítimo posto de presidente".
As declarações dadas por Lula, Correa, Ortega, Fidel e Chávez beiram a insanidade, sobretudo porque nenhum deles tem moral para acusar de "golpistas" àqueles que apenas fizeram valer o direito constitucional, além de serem eles mesmos golpistas em seus países. Chávez deu dois golpes de Estado, deixando mais de 30 mortos e centenas de feridos antes de chegar legalmente ao poder; Ortega idem, com seu terrorismo sandinista e Fidel, o que dizer deste abominável excremento humano que até hoje mantém um país inteiro seqüestrado desde há 50 malditos anos?

Hillary Clinton declarou que "Isto deve ser condenado por todos. Chamamos todas as partes em Honduras a respeitar a ordem constitucional e o império da lei", mas esta comunista ordinária sabia o que pretendia o deposto Zelaya para fazer afirmação mais estúpida e desconectada da realidade? Lula, por sua vez, disse que "Não podemos aceitar mais, na América Latina, que alguém queira resolver seu problema de poder pela via do golpe", mas o que tem feito há dez anos seu amigo golpista e mentor de todos os delinqüentes, Hugo Chávez, sempre com seu irrestrito apoio? Quando o golpe - de fato - é dado pelas esquerdas, tudo é correto e aceitável; entretanto, quando aqueles que respeitam as Leis e a Ordem se insurgem contra os querem destruí-las, estes psicopatas são os primeiros a causar tumulto e a incitar o povo à rebelião.
Hoje, reunidos na Nicarágua já com o presidente deposto (que chegou num avião enviado expressamente pelo governo da Venezuela - a revelia do povo venezuelano), Chávez, Ortega e Correa chamaram os defensores de Zelaya "à rebelião contra os golpistas". Segundo Correa, "Os soldados, jovens e os oficiais não comprometidos com a oligarquia não têm porque obedecer ordens ilegais, e por isso devem se rebelar contra essa cúpula corrupta". Chávez foi mais longe: "Eu tenho certeza de que aos golpistas de Honduras e a esse presidente espúrio e usurpador e os que o apóiam, lhes esperam a mesma sorte que a oligarquia venezuelana". Isto não é crime previsto em lei? Não existe aí uma ameaça velada?

Ademais, o presidente Micheletti assegurou que 12 assessores nicaragüenses e venezuelanos chegaram a Honduras para colaborar com Zelaya e foram recebidos por pessoal da Casa Presidencial, e que o material eleitoral que seria utilizado ontem no referendo chegou ao país em aviões venezuelanos, segundo informações da Força Aérea Hondurenha. Isto não é ingerência nos assuntos internos de outro país ou Chávez já considera Honduras mais um "quintal" seu?
Por seu lado, a União Européia qualificou de "inaceitável" o derrocamento do governo hondurenho, enquanto Barak Obama declarou que o ocorrido neste fim de semana é "um golpe de Estado ilegal e que Manuel Zelaya continua sendo o presidente legítimo do país centro-americano". José Miguel Insulza, secretário geral da OEA, disse que "esse organismo está disposto a um diálogo com Honduras unicamente se Zelaya for restituído como presidente", reiterando que no continente "os militares golpistas não têm cabimento". Por outro lado, o presidente da Assembléia Geral da ONU, o "ex" terrorista sandinista Miguel D'Escoto convidou Zelaya à Assembléia tão logo seja possível. E a rebelião de fato já começou, com os defensores de Zelaya descumprindo acintosamente o toque de recolher, depredando os arredores do Palácio, queimando pneus e afrontando a Polícia que está reagindo apenas com a dispersão através de bombas de gás lacrimogêneo.

O bispo auxiliar de Tegucigalpa, Dom Darwin Andino, com uma visão bastante lúcida da realidade declarou que "o país não pode se entregar ao chavismo", não escondendo sua preocupação ao perceber que "em Honduras está se dando o mesmo que se deu na Venezuela, na Bolívia e no Equador ao somar-se às iniciativas políticas de Chávez. Daqui eu vejo tudo na mão do presidente venezuelano Hugo Chávez, e o país não pode se entregar ao chavismo nem a ninguém, pois queremos continuar sendo livres e independentes".

Diante da afronta internacional que vem sofrendo o presidente empossado, Roberto Micheletti declarou que "não se rompeu a ordem institucional; temos feito o que manda a lei", no que é respaldado pela Corte Suprema de Honduras que declarou em um comunicado: "As Forças Armadas, como defensoras do império da Constituição, atuaram em defesa do Estado de Direito, obrigando a cumprir as disposições legais aos que publicamente manifestaram e atuaram contra as disposições da Carta Magna".

E eu já estava encerrando este artigo quando chega a confirmação, através de uma carta que o presidente do PRD (Partido da Revolução Democrática - de extrema esquerda) do México enviou à embaixadora hondurenha naquele país, de que por trás desse exagerado apoio à ilegalidade estão a OEA, o Grupo do Rio, a ONU, a União Européia, a Internacional Socialista e o Foro de São Paulo, organizações que reúnem a escória política do mundo.
Honduras é um país pequeno, pobre e fraco, apesar de ter militares e políticos dignos que provaram com esta atitude que nem todos se deixam intimidar por delinqüentes arrogantes como Chávez e sua gang internacional. Entretanto, a pressão exercida desde fora está sendo muito grande e intensiva, pois uma coisa que as esquerdas têm décadas de prática - e por isto exercem muito bem - é em mobilização de massas; eles sabem como esmagar o inimigo, comprando consciências, difamando, distorcendo fatos, plantando desinformação. Oxalá o novo presidente e suas gloriosas Forças Armadas possam resistir com bravura a tantos ataques de uma só vez e de todos os lados, pois o que Chávez e esses grupos coordenados pelo Foro de São Paulo pretendem é repetir o que ocorreu na Venezuela em 11 de abril de 2002, em que Chávez acabou voltando ao poder. Se isto acontecer e Zelaya voltar, o massacre vai ser grande, a repressão aos opositores vai ser violenta e os hondurenhos podem dar adeus à democracia. Os venezuelanos que me desmintam se puderem...

O Craque de Cristo


"Kaká é um dos ícones de nosso tempo. Além da capacidade profissional, conquistou o mundo com comportamento impecável dentro e fora do campo." (Fiorentino Pérez, presidente do Real Madri)

Nosso maior craque é um exemplo de influência cristã no mundo. Nunca negou ser evangélico, a cada gol aponta para o céu, agradecendo a Deus, não teve vergonha de dizer que casou casto, ofertante fiel à sua igreja e muito mais.

A cada dia vemos o cristianismo perder terreno no primeiro mundo. A cada dia vemos o cristianismo se descaracterizar no terceiro mundo e, se quiser, nos emergentes. Urge aparições de cristãos convictos, que liderem em suas respectivas atividades, que cravem o bom exemplo e sejam seguidos pela curiosidade, pela pergunta que importa: Por que ele é assim ? O que o faz ser quem é ? As respostas embicarão para a pessoa e mensagem de Cristo. Isso, o Kaká faz muito bem. Por isso, craque integral.

30/06/2009

Somente Oração da Noite para sedar a indignação

Infelizmente não há um tribuno sequer que peite os desatinos que proliferam dentro dos três poderes. Onde está o deputado ou senador que consiga entender o que acontece dentro de sua própria casa ou radiografe o estado mental do executivo ? Onde está a coragem de um Carlos Lacerda, o demolidor ? (refiro-me apenas à coragem e a espantosa veia retórica)

Como podemos engolir um cínico senador (Sarney) que considera o senado como negócio de família, trazendo sob suas asas seus asseclas, que se beneficiam de iguais ou menores benesses ?

Como podemos engolir um presidente cujo repertório de besteiras só pode ser enquadrado no território do surreal. Endossa o ditador iraniano e suas fraudes e condena a constituição de Honduras que derruba, legitimamente, um presidente, este sim, transgressor ? (sem entrar em mérito algum, por favor)

Vou dormir cedo hoje. Já enchi minha paciência. Acabo de ler um e-mail de colega presbiteriano, petista e ... ah, dane-se, doente espiritual e mental. É verdade, gente que não quer enxergar, não quer se instruir, não quer ver a realidade ... isso é caso de psiquiatria, tem de tomar remédio. E eu disse isso para ele.

Vou dormir. "Pilhado" de indignação. O bom é que me lembrei do nosso hino da noite, coisa que ouvia muito quando criança, pelo rádio, em programa de meu querido pediatra evangélico. Ainda vou colocar algo parecido no sita da IPJO, algo como conforto para o fim da noite. Nós merecemos. Fique com o maravilhoso hino.


23/06/2009

Quem não gosta de Emma Thompson ?



Podemos dizer que certas coisas acontecem “por acaso”, e, por acaso, trazem grandes e agradáveis surpresas. Podemos dizer que esses “por acasos” proporcionam suspiros, deleites, alegrias e, por que não, renovação, momentânea ou perene.

Lá estava eu finalizando uma compra da obra-prima de Agostinho, Confissões, na verdade, mais uma edição, e outro livro sobre a Bíblia como literatura, quando decidi ao HSBC Cinema, para checar os filmes. Trata-se de 6 salas de cinema no mesmo prédio. Ao ver o cartaz de Tinha de Ser Você, com Dustin Hoffman e Emma Thompson, não titubeei, comprei o ingresso.

Quem não gosta de Emma Thompson, a inglesa que sabe tudo sobre a arte de interpretar ? Que me desculpe o Hoffaman, mas Emma está bonitona e, como sempre, impecável em seu papel.

Pontos tocantes do filme são quando a filha dispensa o pai do rito de levá-la ao altar, trocando-o pelo padrasto, e quando Kate (Emma) arrepende-se de um aborto.

Sem maior dramaticidade ou enredo que nos fomente admiração, o leve filme vale por Emma, mesmo interpretando uma medíocre mulher londrina. Ela sempre vale o ingresso.

Se puder, assista!

17/06/2009

Aquecimento Global

Há muito eu aguardo a tradução deste maravilhoso documentário. Analisando o grande movimento "religioso/ideológico" do aquecimento global, juntei-me aos que são chamados de céticos. O que me despertou foi o movimento organizado em escala mundial de figuras carimbadas da esquerda. Tinha algo de errado ali.
Como verão, a comunidade científica não é unânime, como dizem os senhores da mídia.
Se alguém objetar dizendo que milhões estão preocupados e convencidos sobre a causa do aquecimento estar no fator CO2, digo de pronto: o mundo é uma grande macacada!

Sugiro-lhes que resevem um tempo para assistir cada um dos vídeos. Caso queiram saber mais, três livros do mesmo autor, Bjorn Lomborg:
O Ambientalista Cético
Cool it - Muita calma nessa hora
Para fazer do mundo um lugar melhor

A Grande Farsa do Aquecimento Global 1

A Grande Farsa do Aquecimento Global 2

A Grande Farsa do Aquecimento Global 3

A Grande Farsa do Aquecimento Global 4

A Grande Farsa do Aquecimento Global 5

A Grande Farsa do Aquecimento Global 6

A Grande Farsa do Aquecimento Global 7

A Grande Farsa do Aquecimento Global 8

A Grande Farsa do Aquecimento Global 9

15/06/2009

Zona de Conforto

E não vos conformeis com este século, mas transformai-vos pela renovação da vossa mente, para que experimenteis qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus. (Rm 12, 2)

Um dos maiores perigos para você tem o nome de zona de conforto. Trata-se de qualquer área da vida onde você considera que nada mais vai acontecer lá. Quando o mesmo é a regra e a expectativa.

Na verdade, você precisa de estabilidade: nos relacionamentos afetivos, no emprego, na saúde etc. Mas estabilidade não pressupõe zona paralizante de conforto. A estabilidade deve ser progressiva nos seus termos. Onde você curte a estabilidade também experimenta a progressiva evolução da melhora, do aperfeiçoamento. De fato, para se obter estabilidade é necessário o oposto à zona de conforto.

Ser absorvido e enredado pela zona de conforto significa paralisia total, situação tal que desemboca na involução. Quem não se exercita, perde saúde; quem não estuda, é atropelado pelos mais novos no trabalho; quem não lê, não interpreta a realidade; quem não consome boa cultura, não acredita na beleza; quem não exercita a espiritualidade, jamais crerá no poder de Deus e por aí vai. Trocando em miúdos, zona de conforto é falta de ação.

Duas palavrinhas são essenciais para você transpor a zona de conforto, ainda que sustentando a estabilidade: melhor e diferente.

O caminho:

O que você pode melhorar ? Digo-lhe de supetão: TUDO! Não há área ou setor da sua vida que não possa ser melhorado. Os japoneses chamam isso de Kaizen, melhoria contínua, e foi assim que conquistaram o selo de qualidade para quase tudo.
A melhoria é um ato da vontade. Pegue qualquer coisa, qualquer setor e aplique um processo de melhoria. Tente fazer da melhor forma, quase que perfeito (Mateus 5, 48: “Portanto, sede vós perfeitos como perfeito é o vosso Pai celeste.”)

Segundo, se quer um resultado melhor, faça diferente. Fazer diferente implica em criatividade. Exemplo: seja qual for o seu trabalho, sempre haverá uma forma de fazê-lo melhor e com criatividade. A criatividade pode levá-lo a fazê-lo melhor. Fazê-lo melhor pode suscitar em você a curiosidade e a paixão para realizá-lo melhor. (“mas transformai-vos pela renovação da vossa mente, para que experimenteis...”)

Para terminar por hoje: zona de conforto pode ser uma falsa segurança no presente e um grande problema no futuro. Então, o que você fará de melhor e diferente nos próximos dias, sempre ?

Rogo a Deus para que você tenha uma semana repleta de bênçãos.

01/06/2009

Rubem e João

- Minha vida é um tédio, dissera a jovem, lá pela casa dos 30.
- Tédio ? Por quê ? O que quer dizer com isso ?
- Ah, me formei, parei de estudar, tenho um emprego chato, ganho pouco, fico muito em casa, vou à igreja sem entusiasmo e ... O rosário de insatisfações não tinha fim.
- O que você lê, o que vê, o que ouve, por onde anda e passeia ?, perguntei, curioso.
- Ah, gosto de ficar em casa, ouço alguns sertanejos, vejo a das oito e a Oprah, leio, leio ... quase nada.
- Caramba! Casou ?
- Nunca casei, poucos namoros.
- Talvez um tédio a menos.
- Que horror! Ela começara a animar, com um leve sorrizinho no canto dos lábios.
- Brincadeirinha verdadeira (quase sempre, pensei).
- O que faço ? Tenho saída ? Vou me deprimir em breve ?
- Por que diz isso ?
- Minha tia, igualzinha, só que mais velha e muito triste, sem graça alguma. E minha mãe ... É genético ? É sina ?
- Tem uns cem reais sobrando aí ?
- Tenho cartão de crédito. Por quê ? Vai me cobrar ?
- Que é isso, menina! Você tem doença nos olhos.
- Que é isso, pastor, quando quero enxergo até o que não devo. Não uso óculos pra nada.
- Doente dos olhos, declaro em nome de Jesus. Onde estudou ?
- No Dante.
- Não é possível!
- Por quê ?
- Deixa pra lá. Então, topa umas dicas ? Promete aplicá-las ?
- Claro, tudo para me livrar do tédio. Mas que história é essa de doença nos olhos ? O senhor também é médico ?
- De certo modo! Você vê pouco, enxerga pouco, seus olhos não são porta de entrada para a imaginação, você ainda não ganhou o mundo, menina. Seus olhos serão a sua salvação.
- Quê ? (Onde fui me meter. Pastor maluco!)
- Então, com os cem reais, passa lá na livraria e compre dois livros: 200 crônicas escolhidas, de Rubem Braga e Av. Paulista, de João Pereira Coutinho. O primeiro, um brasileiro que enxergou muito da vida; o segundo, um português da melhor cepa literária.
- C o quê ?
- Tá vendo, tai um tiquinho da sua doença.
- Não estou entendendo. Dois livros ? São grossos ?
- Calma, menina. Xô, tédio, tá amarrado, em nome de Jesus.
- Que é isso ?
- Nada, brincadeirinha. Quem vai começar a libertar você para a vida são esses dois livros.
- E a Bíblia ?
- No seu caso, vem depois, ok ?
- Faça o teste. Lá na livraria, leia, de cada livro, apenas a primeira crônica. Se você não gostar, não se encantar, deixa pra lá, talvez seu caso seja remédio, tarja preta.
- Que horror!
- Nem tanto. Acostuma e melhora. A ciência é uma bênção.
- Pastor de antigamente fazia oração, mostrava versículo, tinha misericórdia. Desculpe-me, estou sendo sincera.
- Sim, fazemos oração, lemos versículos, mas eu quero libertá-la, você entenderá depois.
- Que Deus me ajude!
- Já ajudou, está aqui. Moça volte depois de conhecer o Rubem e o João. Ok ? Vou fazer uma oração.

29/05/2009

Rubem e João - os salvadores

- Minha vida é um tédio, dissera a jovem, lá pela casa dos 30.
- Tédio ? Por quê ? O que quer dizer com isso ?
- Ah, me formei, parei de estudar, tenho um emprego chato, ganho pouco, fico muito em casa, vou à igreja sem entusiasmo e ... O rosário de insatisfações não tinha fim.
- O que você lê, o que vê, o que ouve, por onde anda e passeia ?, perguntei, curioso.
- Ah, gosto de ficar em casa, ouço alguns sertanejos, vejo a das oito e a Oprah, leio, leio ... quase nada.
- Caramba! Casou ?
- Nunca casei, poucos namoros.
- Talvez um tédio a menos.
- Que horror! Ela começara a animar, com um leve sorrizinho no canto dos lábios.
- Brincadeirinha verdadeira (quase sempre, pensei).
- O que faço ? Tenho saída ? Vou me deprimir em breve ?
- Por que diz isso ?
- Minha tia, igualzinha, só que mais velha e muito triste, sem graça alguma. E minha mãe ... É genético ? É sina ?
- Tem uns cem reais sobrando aí ?
- Tenho cartão de crédito. Por quê ? Vai me cobrar ?
- Que é isso, menina! Você tem doença nos olhos.
- Que é isso, pastor, quando quero enxergo até o que não devo. Não uso óculos pra nada.
- Doente dos olhos, declaro em nome de Jesus. Onde estudou ?
- No Dante.
- Não é possível!
- Por quê ?
- Deixa pra lá. Então, topa umas dicas ? Promete aplicá-las ?
- Claro, tudo para me livrar do tédio. Mas que história é essa de doença nos olhos ? O senhor também é médico ?
- De certo modo! Você vê pouco, enxerga pouco, seus olhos não são porta de entrada para a imaginação, você ainda não ganhou o mundo, menina. Seus olhos serão a sua salvação.
- Quê ? (Onde fui me meter. Pastor maluco!)
- Então, com os cem reais, passa lá na livraria e compre dois livros: 200 crônicas escolhidas, de Rubem Braga e Av. Paulista, de João Pereira Coutinho. O primeiro, um brasileiro que enxergou muito da vida; o segundo, um português da melhor cepa literária.
- C o quê ?
- Tá vendo, tai um tiquinho da sua doença.
- Não estou entendendo. Dois livros ? São grossos ?
- Calma, menina. Xô, tédio, tá amarrado, em nome de Jesus.
- Que é isso ?
- Nada, brincadeirinha. Quem vai começar a libertar você para a vida são esses dois livros.
- E a Bíblia ?
- No seu caso, vem depois, ok ?
- Faça o teste. Lá na livraria, leia, de cada livro, apenas a primeira crônica. Se você não gostar, não se encantar, deixa pra lá, talvez seu caso seja remédio, tarja preta.
- Que horror!
- Nem tanto. Acostuma e melhora. A ciência é uma bênção.
- Pastor de antigamente fazia oração, mostrava versículo, tinha misericórdia. Desculpe-me, estou sendo sincera.
- Sim, fazemos oração, lemos versículos, mas eu quero libertá-la, você entenderá depois.
- Que Deus me ajude!
- Já ajudou, está aqui. Moça volte depois de conhecer o Rubem e o João. Ok ? Vou fazer uma oração.

28/04/2009

Pobre Juan









Pobre Juan, houve um tempo, talvez você nem ainda fosse um projetinho de vida, que ir ao Maracanã era um espetáculo. Pegávamos o trem e descíamos na estação em frente ao Maraca, agitando bandeiras, com as camisas rubro-negras já um pouco suadas (êta Rio dos infernos!), cantarolando o hino do Mais Querido, gozando os adversários (e sendo gozados, claro). Sabe, pobre Juan, era uma festa, inclusive da família. Sim, pobre Juan, os pais levavam seus filhos, porque ainda não aflorara a imbecilidade mental generalizada de hoje, dentro e fora do campo.


Sabe, pobre Juan, o torcedor rubro-negro, assim como outros, adoravam a apresentação de um ESPETÁCULO. Por acaso, pobre Juan, você sabe o que é espetáculo dentro do campo ? É, talvez não saiba, e nem sei se você é o culpado, talvez seja vítima. Mas, vou lhe dizer: espetáculo fora do campo era gols espetaculares (Juan, acorda, como aqueles dois do Ronaldo contra o Santos, exatamente no mesmo horário do seu vexame do domingo passado), e, também, Juanito, dribles, dribles, ou como dizia o povo alegre, com alma lavada e encharcada de suor, "dibres", "dibres", lá íamos nós comentando os lençóis, as embaixadas, o ovo ou caneta, o jogador que caiu sentado após ser entortado pelo ponta-direita ou esquerda. E mais, pobrito Juan, até admirávamos os adversários habilidosos.


Você é novo, Juan, vou lhe contar, entre tantas, o seu Botafogo sempre foi time de craques. Lembro-me de certa vez, flamentoxbotafogo, 10 minutos de jogo, duas bolas na trave: a primeira de Jairzinho, o furacão; a segunda, de Doval, o diabo louro. Que bonito, Juan, você não tem idéia! E o Paulo César Caju, botafoguense, serelepe, ousado, abusado, metido e cracaço,açoaçoaço... O que aquele rapaz fazia no maracanã era digno de arte, muitas vezes bailava diante do adversário atônito, inclusive do flamengo.


Que isso, Juan, deixa de ser trouxa, que papelão no domingo, hein! O maicolsuel foi simplesmente o apresentador daquilo que amamos no futebol. Hoje, Juan pobre de espírito e de graça, tudo está homogêneo, plástico, insosso, sem arte, sem cor, se é que me entende, garoto.


Eu termino com um conselho: em vez de partir para querer "matar" o boleiro craque, pense em melhorar seu futebol para anular na origem dos dribles maravilhosos. Sem agressão rapaz. Procure saber sobre o Nilton Santos, aprenda com a categoria dele. Sabe quem foi ?


Pobre Juan, eu sou flamenguista de coração, de nascença, e abominei sua atitude. O flamengo do meu coração não tem lugar para você, caso continue com esta pequenez de ser.







O único Pobre Juan que admiro é o restaurante argentino de São Paulo. Aquilo lá é que é craque.


27/04/2009

Busque o Talento



Bichado é a gíria no futebol para dizer que um jogador está acabado fisicamente. Há uma volúpia encarnada tanto nos comentarista quanto na própria torcida, principalmente se o jogador é famoso.

Aconteceu com Ronaldo, apelidado de Fenômeno, em razão de seu incrível e bem-sucedido futebol. Mas por três vezes ele foi execrado quando das contusões gravíssimas. Digo, sinceramente, que o tom pessimista dos analistas tinha lá sua razão. Aos olhos dos pequenos era impossível algum mortal vencer os obstáculos por três vezes.

Mas, o sucesso não acontece por acaso. Ronaldo é uma pessoa diferenciada. Ele reúne talento e uma incrível força para vencer barreiras. É um determinado. A derrota não faz parte do seu dicionário existencial.

Pessoas assim são absolutamente vencedoras em suas áreas de atuação. O talento faz a diferença onde tudo é mediano ou medíocre. O que o Fenômeno fez ontem (Coríntians x Santos) poucos fazem, pouquíssimos tem a habilidade para fazer.

Preste atenção: o talento é caro, faz a diferença e apresenta resultados. Infelizes são os que desprezam os talentosos. Pessoas e grupos com mentes restritas choram quando têm de investir em talentos caros. Na verdade, eles impedem a aquisição do virtuose, porque são toscos, suas visões padecem de miopia, colhem sempre resultados rasteiros. E, claro, só reclamam e não se importam com potencialidades.

Lanço luz sobre dois aspecto:
1. Procure, ainda que leve algum tempo, aquilo que você sabe que faz bem ou que tem potencialidade. Seja o que for, mas procure. Desenvolva disciplinadamente seu talento (ou talentos). Busque tudo que há disponível para agregar conhecimento e valor ao que você faz de melhor. Potencialize o seu ponto forte. Isso talvez leve tempo, mas não importa. Nunca se esqueça, em alguma área, com certeza, você é ou tem possibilidade de fazer diferença;
2. Reconheça, alegre-se e invista no talento dos outros. Seja na sua família, no seu trabalho ou na sua igreja. Diga não à mediocridade. Mova mundos e fundos em prol do talento.

O mundo ao seu redor agradecerá.

Tenha uma abençoada semana.

Revdo. Mauro Meneguelli


23/04/2009

Quanto vale um testemunho cristão ?

Na cerimônia de Miss EUA no domingo a noite, a competidora Carrie Prejean teve de responder à pergunta que ela mais temia: “Vermont recentemente se tornou o quarto estado a legalizar o casamento de mesmo sexo. Você acha que todos os estados devem imitar?”
Prejean, já coroada Miss Califórnia, estava sendo considerada a candidata com as melhores chances de ganhar o concurso Miss EUA, mas ela sabia que sua resposta a essa única pergunta poderia não ficar bem para os jurados, principalmente o juiz que fez a pergunta, o blogueiro de fofocas de celebridades Perez Hilton, que é abertamente homossexual e que se considera “a rainha da mídia”.
“De todos os assuntos que estudei, temi esse. Orei para que não me fizessem uma pergunta sobre casamento gay”, disse Prejean para Courtney Friel do Canal de Notícias Fox numa entrevista exclusiva. “Se tivessem escolhido qualquer outra pergunta, sei que eu teria vencido”.
A resposta dela, que de repente a tornou o centro tanto de elogios quando de zombarias, incluiu as palavras: “Em meu país, em minha família, penso que creio que um casamento deve ser entre um homem e uma mulher. Sem ofensas a ninguém aí, mas é assim que fui criada e é assim que penso que deve ser — entre um homem e uma mulher”.
O vídeo da pergunta e a total resposta de Prejean, em inglês, pode ser visto aqui:



Em sua entrevista com Friel, Prejean explicou que, no final das contas, o maior juiz do caráter dela era não aquele que lhe fez a pergunta, mas aquele que não precisa de uma câmera de TV para assistir à resposta dela.
“Isso aconteceu por um motivo. Ao me fazer responder a essa pergunta na frente de uma audiência nacional, Deus estava testando meu caráter e fé”, Prejean disse. “Estou contente que permaneci fiel a mim mesma”.
Mais tarde na entrevista, Prejean acrescentou: “Não tenho lamentos sobre dar respostas com honestidade. Perez Hilton me perguntou sobre minha opinião e eu lhe dei. Não tenho nada contra os gays, e não tive intenção de ofender ninguém em minha resposta”.
Contudo, Hilton pareceu extremamente ofendido num vídeo de YouTube que ele fez logo depois do término do concurso, chamando-a de “burra” e um palavrão, e afirmando que ela deu “a pior resposta na história das cerimônias de Miss EUA”.
Prejean, que no final terminou como a candidata mais importante do concurso, perdendo a coroa para a Miss Carolina do Norte Kristen Dalton, confessa que ficou transtornada com o descontrole de Hilton, mas também diz que ela recebeu uma enchurrada de apoio.
“Obtive mais de 500 pedidos de amizade no Facebook, centenas de mensagens de pessoas que não conheço, dizendo que estão orgulhosas que eu fiquei firme”, disse ela. “Isso fez de mim a real vencedora da noite”.
O título da vencedora Kristen Dalton, noticiou o jornal londrino Daily Mail, vem com o uso durante um ano de um apartamento em Nova Iorque, uma equipe de relações públicas, uma bolsa de dois anos na Acadêmia Cinematográfica de Nova Iorque e um salário que não foi revelado. Dalton também competirá no concurso Miss Universo em agosto.
Se por algum motivo Dalton ficar incapacitada de cumprir seus deveres como Miss EUA, Prejean seria a primeira na fila para cumprir as resonsabilidades da vencedora do concurso Miss EUA.

Traduzido e adaptado por Julio Severo: www.juliosevero.com
Fonte: WND

16/04/2009

A PF e a Bósnia

Copie o link abaixo e ouça o que não sai nos grandes jornais. Preste bem atenção.
http://veja.abril.com.br/idade/podcasts/mainardi/audios/160409.mp3

Caso queira apenas ler ... lá vai:

A PF está balcanizada. Quem a definiu assim pela primeira vez foi Reinaldo Azevedo. Mais um acerto dele.
Duas semanas atrás, recebi um relatório produzido pela PF sobre Victor Martins e a ANP. Por que o relatório me foi encaminhado? Simples: em minha coluna, eu já citara Victor Martins e seu Big Brother - Franklin Martins. Eu já fora até processado por esse motivo. Os agentes da PF imaginaram que eu pudesse me interessar pelo assunto. E eu me interessei. Muito.
Se a PF está balcanizada, os agentes que me mandaram o relatório sobre Victor Martins e a ANP podem ser comparados aos bósnios de Mostar. Apesar de isolados, com suas pontes bombardeadas, eles ainda tentam resistir aos Karadzic do petismo. O que eu posso garantir é o seguinte: o relatório foi produzido por uma etnia da PF e foi engavetado por outra etnia da PF, que tenta aniquilar a primeira.
Nessa guerra de PF contra PF, Protógenes Queiroz desempenhou um papel marginal: o sargento ignorante e inescrupuloso que seguiu as ordens de seus superiores e cometeu uma série de abusos, uma série de ilegalidades. Seus superiores: Paulo Lacerda e, segundo o próprio Protógenes Queiroz, Lula.
Ninguém entende direito o envolvimento de Lula nessa história. Eu tenho uma ou duas suspeitas. A Satiagraha foi montada depois que Veja publicou uma reportagem revelando que Daniel Dantas tinha uma lista de contas em paraísos fiscais que pertenceriam às maiores autoridades do governo. Entre elas, Paulo Lacerda e Lula. Qual poderia ser a meta da PF e da Abin? Descobrir que dados Daniel Dantas realmente possuía. E se esses dados se referiam a contas verdadeiras ou falsas. Quando Daniel Dantas concordou em vender a Brasil Telecom para a Andrade Gutierrez, Lula decidiu encerrar a Satiagraha. Mas a máquina da PF e da Abin, como o computador Hal, de "2001", já fugira do controle, voltando-se contra os seus criadores.
Na CPI do Grampo, Protógenes Queiroz sugeriu que os documentos da Kroll, a empresa que Daniel Dantas contratou para espionar a Telecom Italia, fossem abertos. Ninguém fará isso, porque a Kroll flagrou um monte de gente ligada ao petismo. Por esse mesmo motivo, ninguém investigou a contraespionagem da Telecom Italia, que rendeu um processo na Itália contra seus dirigentes. Nesse processo eram citados - sempre eles - Paulo Lacerda e Lula. A denúncia dos procuradores milaneses contra a Telecom Italia é também uma das maiores provas da espionagem encomendada por Daniel Dantas. Os hackers italianos introduziram um cavalo-de-tróia no computador de um agente da Kroll. Depois disso, passaram a receber automaticamente todos os seus relatórios secretos. É o que consta do processo italiano: Daniel Dantas espionou, a Telecom Italia contraespionou.
O resultado da PF balcanizada é esse: o caso da ANP foi engavetado, o caso da Kroll foi engavetado, o caso da Telecom Italia foi engavetado. Quase sempre contando com a sabotagem de picaretas remunerados para abafá-los. O caso da Telecom Italia tem até um blogueiro que, para fazer seu trabalhinho sujo, assinou um contrato de 180 mil reais por ano com a TIM, que pertence à própria Telecom Italia. Quando a guerra acabar, será preciso reconstruir a ponte de Mostar.

11/04/2009

Outra dica

Estamos case órfãos de bons textos. No jornalismo, foi-se o tempo das matérias de opinião. Pegue os quatro ou cinco mais importantes jornais do país e ... tudo igual.

Recomendo o imperdível João Pereira Coutinho, um português notável. Vá a livraria e compre Av. Paulista, crônicas publicadas no Jornal Folha de São Paulo (junto com Luiz Felipe Pondé talvez sejam os melhores textos daquele jornal), editora Record.

Duvido que se arrependa, exceto se já for um ser atacado virulentamente "pelo outro ser possível". Rsrsrs, deixa pra lá.

Uma dica



Gran Torino

Se ainda não assistiu, está perdendo feio. Mais um grande filme de Clint Eastwood, onde captamos um tipo de caráter americano que está indo pelo ralo. Você encontrará um homem perplexo com as mudanças velozes ao seu redor. Uma vida que vai se transformando pelos relacionamentos inevitáveis. Um depositório de honra, ética e bondade. Um rude homem marcado pela vida, vencido pela beleza sincera dos vizinhos. Um choque.

Não perca!

09/03/2009

Um Fenômeno !


A capacidade do ser humano de superar desafios é deslumbrante. Enquanto uns aceitam a derrota antes mesmo da sua chegada, outros embrenham-se na destemida vontade de não entregar os pontos, não jogar a toalha. Na maioria, todo derrotado já preparou sua caída, pavimentou a estrada que terminará no precipício. Muitos sucumbem por muito pouco.

Ronaldo, apelidado de fenômeno, com justiça, é a personificação máxima de quem não aceita a derrota. Vítima de contusões seriíssimas dentro do campo, responsável por desastradas cenas na vida particular, não desiste nunca. Ergue a cabeça, determina o sonho, estabelece a meta e paga o preço, suporta o sacrifício do caminho até o reinício. Somos testemunhas, agora, da terceira vitória contra delicada contusão.

Ontem, em Presidente Prudente, ao bailar com a bola diante do adversário, ao mirar o gol e acertar o chute no travessão e ao cabecear a bola para dentro da rede e correr feliz para a torcida, exaurindo a cratera gritando gol e vociferando que conseguiu, foi e m o c i o n a n t e.

Será neste aspecto não poderíamos aprender um pouco com o fenômeno ?

03/03/2009

Não Feche os Olhos

Mais uma das inúmeras amostras, casos, evidências de que nosso mundo, nossa imprensa, nosso âmbito político e cultural está escravizado pelo pensamento esquerdista: quando a freira imã Dorothy Stang foi brutalmente assassinada, e por bandidos da pior espécie, a mídia, nacional e estrangeira, com razão, abasteceu por semanas/meses a todos nós com notícias e juízos. Correto! Mas, vejam o absurdo da tendenciosidade: quatro funcionários de uma fazenda foram brutalmente assassinados por militantes do MST (organização comunista e criminosa que atua livremente no Brasil). Pergunto: onde está a manifestação da mídia, nacional e estrangeira, abastecendo-nos, com igual proporção, com as notícias e os juízos ? O que dizem os aparelhos de esquerda ? Talvez estejam dizendo que aqueles quatro estavam a serviço dos burgueses, que eram dispresíveis, que eles, os assassinos, estão cumprindo um dever histórico ...

Você ainda não entende o que está acontecendo em nosso país e continente ?

Em Cristo

04/02/2009

Israel-Hamas 11

Você precisa ler o que segue abaixo. Saiu no blog do imprescindível jornalista Reinaldo Azevedo (www.reinaldoazevedo.com.br).

"
NÃO, ISRAEL NÃO ATACOU A ESCOLA DA ONU. ERA UMA FARSA DO HAMAS. A ONU FOI OBRIGADA A ADMITIR A VERDADE. QUASE UM MÊS DEPOIS! CADÊ AS MANCHETES?

A notícia não está em nenhum dos jornais brasileiros ou nos grandes sites noticiosos. Lembram-se aquele ataque das Forças de Defesa de Israel a uma escola da ONU, que matou 43 pessoas? Pois é. Não foi numa escola da ONU coisa nenhuma, o que os israelenses vinham dizendo desde o dia 6 de janeiro. Só na segunda-feira, quase um mês depois, Mawell Gaylord, coordenador de ações humanitárias da ONU em Jerusalém, admite a verdade: o morteiro foi lançado numa rua PERTO da escola, mas não contra a escola.

Ora, recuperem o noticiário dos jornais e sites do Brasil e do mundo naquele dia 6. Lembro-me de ter aqui ironizado que os israelenses, maus como pica-paus, não podiam ver uma escola da ONU que iam logo jogando morteiros. Talvez para se livrar do tédio, não é? Ah, acusaram-me de insensível facinoroso. Marcelo Coelho, da Folha, sugeriu no jornal e no seu blog que tenho certa simpatia pelo assassinato em massa de crianças... Mais: como eu alertasse aqui para o óbvio — O HAMAS É A FONTE DAS NOTÍCIAS —, fui acusado de realismo estúpido. Coelho chegou a indagar algo como: “Para que jornalismo se já existem os militares?” Ou coisa assim. Chegou a minha vez de indagar: PARA QUE COELHO SE JÁ EXISTE O HAMAS?

O jornalismo dele, não sei para que serve. O meu existe, entre outras razões, para que os freqüentadores deste blog possam ler com mais acuidade o que é noticiado na imprensa.

Não se espante, leitor, se, naquele episódio, não tiverem morrido as 43 pessoas anunciadas. Todas, rigorosamente todas as ditas “atrocidades” cometidas por Israel têm origem no, como direi?, Departamento de Propaganda do Hamas: do grande número de crianças e civis mortos ao uso de bombas de fragmentação e fósforo branco para atacar pessoas. Este segundo caso, então, pode dar pano para manga. A tal substância não é considerada arma química. É empregada para iluminar alvos noturnos e criar cortina de fumaça para ação da infantaria. Israel nega que tenha feito qualquer coisa fora das leis internacionais. Como negava que tivesse jogado morteiro numa escola da ONU — e falava a verdade. De todo modo, abriu-se uma investigação.

Como se vê, o Hamas faz direitinho o seu trabalho. O ataque mentiroso à escola foi manchete do mundo inteiro. O desmentido, até agora, está apenas no Haaretz. O mundo também não se interessou em manchetar as torturas e execuções sumárias que se seguiram à retirada de Israel de Gaza.

A imprensa ocidental se deixou seqüestrar pela lógica terrorista. Esse caso da escola merece a justa designação: ESCÂNDALO. Quer dizer que os homens da ONU em Gaza demoraram um mês para fazer o que poderiam ter sido feito em cinco minutos? Escrevi aqui, certa feita, que o principal inimigo de Israel no Oriente Médio é a organização. Foi uma gritaria. Eis aí.

Bem, esperar o quê? O principal representante das Nações Unidas em Gaza é um sujeito que acredita que os próprios EUA tramaram o 11 de Setembro...

é, leitores. Como diria aquele, quando já temos o terrorismo e a ONU, pra que certo jornalismo, não é mesmo?" (5 de fevereiro de 2009)

Se quiserem conferir a notícia: http://www.haaretz.com/hasen/spages/1061189.html

28/01/2009

A guerra continuará Israel-Hamas 10

A guerra travada com bombas, balas etc continuará. Sim, e o motivo está nos seguintes fatos:
1. Os palestinos não anunciaram o reconhecimento do Estado de Israel;
2. Continuam desejando que Israel seja varrido do mapa;
3. Irá, Síria, Rússia, China e todo o pensamento de esquerda do mundo dão guarida, irracionalmente, a tudo o que emana dos palestinos;
4. A maior parte da mídia ocidental está contaminada contra Israel, independente dos fatos;
5. Ontem, o Hamas violou a trégua, atingindo com uma bomba um soldado israelense. Onde estão as vozes pelo mundo protestando contra esta violação que resultou em morte ? Procure, procure. O que encontrará, com certeza, será o destaque acusando Israel de se defender.
6. Na gramática do conflito, propagada pelos professores da parcialidade, destaca-se somente o sujeito israelense, regam com lágrimas de crocodilo o objeto direto afetado, sempre quando é palestino;
7. Com esse pensamento dominante, não duvide, a paz continua longe.

Rogue a Deus, incessantemente, em favor da paz correta, verdadeira, útil.

18/01/2009

Um desenho que diz muito

Esta desenho traduz uma das grandes verdades.
(fonte.www.heitordepaola.com)


A diferença real entre um militante do Hamas e de Israel.

17/01/2009

A Troca


Parafraseando a música, quem não gosta de cinema é ruim da cabeça ou doente dos olhos. Ir ao cinema, pinçando um bom filme, claro, constitui para nós benesses incomensuráveis. Podemos simplesmente refrescar nossa mente, exorcizar o estresse, adquirir conhecimento, cultura ou, entre tantas, regar nossas emoções, quando, lá pelo término do filme, desabarmos em lágrimas, porque o final foi tocante, espremendo o coração.

Em post anterior, recomendei o fabuloso Café dos Maestros, onde podemos ver até que ponto um artista é agraciado pelo dom, como também o eleva ao grau máximo da potencialidade e sofisticação.

Minha outra indicação é o filme A Troca, pelas seguintes razões: trata-se de um filme baseado em história real, excelente desempenho de Angelina Jolie, uma história que toca e incomoda qualquer família, mas, além disso, o que me interessa é revelar o corretíssimo exemplo de um pastor presbiteriano (John Malkovich), plenamente consciente de sua obrigação histórica, seguindo a linha dos presbiterianos desde João Calvino.

Não deixe de assistir, por favor. Você verá o quanto o protestantismo histórico, hoje, está afastado de suas responsabilidades.

13/01/2009

Israel-Hamas 9

Para que gosta de bons artigos, aqui vai mais um. Perdoem-me por ser longo, mas muitos não têm acesso a outros jornais.

O POVO É RESPONSÁVEL POR SUAS ESCOLHAS

Eu acredito em eleições. E acredito que o povo sempre tem a capacidade de julgar o que considera bom para si. Isso não quer dizer que o povo acerte sempre: não são poucas as vezes em que a decisão mostra-se errada no futuro. Não importa, no momento em que comparece às urnas, certo ou errado, o povo é responsável por suas escolhas.

Por que essa conversa? Porque isso não me sai da mente quando vejo, chocado, os bombardeios em Gaza. Em 2006, houve eleições para escolha do primeiro-ministro palestino. Era um contexto em que os EUA clamavam pela democratização do mundo árabe. Quando o Hamas saiu-se vitorioso, muita gente, diante dos lamentos dos americanos, riu, dizendo algo assim: “Ora, não queriam democracia? Agora o povo vota, escolhe o Hamas e os EUA lamentam? Então democracia só vale quando ganham os aliados?” Na época, escrevi que a simples presença do Hamas nas eleições mostrava que aquilo não era uma democracia: porque democracia não é o regime em que todas as tendências disputam o voto; democracia é o regime em que todas as tendências que aceitam a democracia disputam o voto. Como o Hamas prega uma teocracia, um sistema político que o aceita como legítimo aspirante ao poder não pode ser chamado de democracia. Seja como for, tendo sido democráticas ou não, aquelas eleições expressaram a vontade do povo: observadores internacionais atestaram que o pleito transcorreu sem fraudes.

E o que pregava o Hamas na campanha de 2006? Antes, para entender o linguajar, é importante lembrar que o Hamas não aceita a existência do Estado de Israel, chamado de “Entidade Sionista”. Assim, quando se refere à “Palestina”, o Hamas engloba tudo, inclusive Israel. Destaco aqui três pontos do programa eleitoral (na disputa, o grupo deu-se o nome de “Mudança e Reforma”): “A Palestina é uma terra árabe e muçulmana”; “O povo palestino ainda está em processo de libertação nacional e tem o direito de usar todos os meios para alcançar esse objetivo, inclusive a luta armada”; “Entre outras coisas, nosso programa defende a “Resistência” e o reforço de seu papel para resistir à Ocupação e alcançar a liberação. A ‘Mudança e Reforma’ vai também construir um cidadão palestino orgulhoso de sua religião, terra, liberdade e dignidade; e que, por elas, esteja pronto para o sacrifício.”

Deu para entender? O Hamas propôs um programa segundo o qual não há lugar para judeus na “Palestina”, o uso da luta armada deve ser reforçado para se livrar deles e os cidadãos comuns devem estar preparados para se sacrificar (morrer) pela religião, pela terra, pela liberdade e pela dignidade.

Havia alternativa? Sim, apesar da ambigüidade eterna, o Fatah do presidente Mahmoud Abbas (e, antes, de Yasser Arafat), na mesma eleição pregava a saída de Israel dos territórios ocupados em 1967, a criação de um Estado Palestino com sua capital em Jerusalém e uma solução para os refugiados de 1948 com base em resoluções da ONU, uma agenda que só parece moderada porque é comparada à do Hamas. Embora estimulasse e declarasse legítima a resistência à ocupação, a novos assentamentos judaicos e à construção do muro de proteção que Israel ergue entre a Cisjordânia e seu território, o Fatah declarava expressamente: “Quando o imortal presidente Arafat anunciou em 1988 a decisão do Conselho Nacional Palestino, reunido naquele ano, de adotar a ‘solução histórica’, que se baseia no estabelecimento de um Estado independente Palestino lado a lado com Israel, ele estava de fato declarando que o povo palestino e suas lideranças tinham adotado a paz como um opção estratégica.”

E qual foi a decisão dos palestinos? Num sistema eleitoral que adota o voto distrital misto, o Hamas ganhou tanto no voto proporcional quando nos distritos, abocanhando 74 dos 132 assentos do parlamento. Ou seja, diante do desgaste de 40 anos do Fatah, e das denúncias de corrupção que pairavam sobre o movimento, os palestinos deixaram a paz de lado e optaram pela promessa de pureza divina e dos foguetes do Hamas. Meses depois, uma luta interna feroz entre os dois grupos teve lugar e resultou numa divisão territorial: o Fatah ficou com a Cisjordânia, onde a situação é de calma, e o Hamas ficou com Gaza, de onde continuou pregando o programa aprovado pelos eleitores: enfrentamento armado, mesmo tendo consciência do que isso acarretaria.

Diante disso, dá para dizer que os palestinos de Gaza são inocentes vítimas do jugo do Hamas e de uma reação desproporcional dos israelenses?

Olha, eu deploro a guerra, lamento profundamente a morte de tanta gente, especialmente de crianças, vítimas de uma guerra de adultos. Vejo as bombas, e fico prostrado, temendo que o bom senso nunca chegue. Mas isso não me impede de ver que a guerra, com suas consequências, foi uma escolha consciente também dos palestinos de Gaza. Retratá-los como despossuídos de todo poder de influir em seus destinos não é mais uma verdade desde 2006.

Parecerá sempre simplificação qualquer coisa que se diga num espaço tão curto, em que é preciso deixar de lado as raízes desse conflito e a trama tão complicada que distribuiu culpa e vítimas por todos os lados. Mas não consigo terminar este artigo sem dizer: para que haja paz, os dois lados têm de ceder em questões tidas como inegociáveis, o apelo às armas têm de ser abandonado, o Estado Palestino deve ser criado ao lado de Israel, cujo direito a existir não deve ser questionado. Se isso acontecer, muitos árabes e israelenses daquela região não se amarão, terão antipatias mútuas, mas viverão lado a lado.

Utopia?

PS: Peço desculpas por ter dito, em meu último artigo, que os “professores não ensinam” quando quis dizer que as escolas não ensinam.

Ali Kamel
O Globo, 13jan2009

11/01/2009

Israel-Hamas 8

Durante toda a semana, principalmente neste domingo, lendo três jornais e internet, vejo pouca notícia e análise sobre:
1. O Hamas rejeitou o apelo da ONU para o cessar-fogo. A maioria só mencionou a negativa de Israel. Para quem está vendo tantos civis morrer, deveria logo aceitar os termos e preservar a vida de seus habitantes. Na verdade, o Hamas não está ligando para os habitantes de Gaza;

2. Poucos mencionam que a Autoridade Palestina, que controla a Cisjordânia, nada faz para precionar o Hamas, que controla a Faixa de Gaza. Eles são palestinos e inimigos mortais. Para controlar Gaza, o Hamas fuzilou mais de cem militantes do Fatah, braço militar da Autoridade Palestina;

3. Basta, conforme exaustivamente garantiu Israel, o Hamas: a) Aceitar a existência de Israel (Eles dizem que querem destruir Israel); b) renunciar os ataques suicidas, homens e mulheres-bomba e parar de lançar foguetes; c) firmar e cumprir um acordo de não-agressão.
Caso isto aconteça, Israel e o mundo não pouparão esforços para o estabelecimento do Estado Palestino, como, também, haverá enorme solidariedade mundial para o desenvolvimento dos palestinos.

Continuemos em oração em favor da paz.

07/01/2009

Israel-Hamas 7


Por quê ?

Sabendo que devido ao enorme indíce populacional, que suas operações militares ocorrem junto e de dentro de zonas residenciais/comerciais e que civis inevitavelmente serão atingidos pelo chamado efeito colateral, por que:

1. O Hamas não decreta o fim dos lançamentos dos foguetes caseiros, iranianos e chineses contra cidades de Israel (já que este foi o motivo pelo qual Israel está se protegendo) ?

2. Por que o Hamas não promete o fim dos túneis, do Egito para Gaza, por onde passam as armas e foguetes ?

3. Por que a comunidade internacional, ONU principalmente, não menciona e não preciona pelo fim do x da questão ?

Parece que hoje a proposta do Egito vai nesse sentido.

Enquanto aguardamos, nossa atitude é de intenso clamor em oração em favor do fim do conflito, pela instituição da paz entre israelenses e palestinos.

06/01/2009

Israel-Hamas 6




Tínhamos um programa na Segunda Igreja Presbiteriana de Belo Horizonte que incentivava o debate entre Igreja e Sociedade, chamado Papo na Segunda. Certa vez, lá estavam dois debatedores falando sobre palestina, Israel etc. Muita propaganda, e enganosa.
Semanas depois, eu estava na PUC debantendo com um deles sobre paz no oriente médio. Quando mencionei o absurdo da negativa de Arafat diante dos oferecimentos de Ehud Barak para que houvesse a paz definitiva, o debatedor enfureceu-se, dizendo que tudo aquilo, mediado por Bill Clinton, era mentira. A mentira estampada em todas as mídias do mundo. Somente uma mente pervertida poderia afirmar aquilo. Camp David, 2000 (foto), onde Clinton e Barak fizeram de tudo para alcançar a paz e a solução definitiva, foi para o ralo.

Pois bem, abaixo está um excelente e correto texto do jornalista Reinaldo Azevedo. Leiam com atenção:

IRONIA TRÁGICA

Não deixa de ser irônico — e trágico — que o ministro da Defesa de Israel seja Ehud Barak, que foi primeiro-ministro entre 17 de maio de 1999 e 7 de março de 2001. Por que digo isso? De todos os governantes israelenses, foi ele quem mais se mostrou disposto a fazer concessões para pôr fim ao conflito.

Acreditem — na verdade, pesquisem: Barak ofereceu ao então líder da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Iasser Arafat, quase tudo o que ele pedira no encontro de Camp David, em 2000, e isso incluía a devolução de 90% dos chamados territórios ocupados. Não entregava Jerusalém ao controle palestino, mas garantia a autonomia da parte árabe da cidade. O plano incluía a volta dos “refugiados”? Não! Já tratei desse assunto aqui. Não creio que essa seja uma reivindicação de quem pretende a convivência pacífica de dois estados. De todo modo, acenava-se com uma espécie de foro permanente de resolução de conflitos. Em vez do terrorismo e do confronto armado, Barak propunha, vejam só, a política como forma de resolver as
diferenças.

Arafat hesitou, mas preferiu recusar a proposta e apoiar a segunda intifada, que acabou por derrubar Ehud Barak — intifada que acabou por dar força ao Hamas, que havia surgido pouco antes, em 1987, e que vem solapando, dia após dia, a força da Fatah, o grupo ao qual pertencia Arafat. Ao lado do sectarismo anti-Israel, o Hamas optou pelo assistencialismo e pelo combate à corrupção, marca registrada de Arafat e sua turma.

Por que Barak caiu? Porque teve como resposta ao mais ousado plano de paz jamais apresentado por um governo israelense o levante palestino. Foi sucedido pelo então ultra-direitista (na particular geografia política de Israel) Ariel Sharon. O mundo esperou o pior. E Sharon, no entanto, surpreendeu. Foi ele quem operou a desocupação total de Gaza. Mais: mudou o status da política israelense, renunciando à presidência do Likud, dissolvendo o Parlamento e formando um novo partido, de centro, o Kadima. Sharon parecia realmente disposto a levar adiante um processo de concessões que resultasse na criação do estado palestino. E tinha liderança política para isso. Mas aí a tragédia: um segundo derrame, no dia 4 de janeiro de 2006, levou-o ao coma, em que se encontra até hoje. E aí foi a vez de Israel entrar numa espécie de fase anêmica de líderes.

Mas volto ao ponto. Barak quase conseguiu o acordo, não fosse a estupidez de Arafat. O velho líder, treinado no terrorismo, que muitos tomavam como “resistência”, deve ter temido não encontrar o seu lugar na política. Teria certamente de esmagar os insurgentes de sua própria base. Em 2000, isso ainda era possível. Hoje, o Hamas é que esmagou a Fatah na Faixa de Gaza. Os palestinos pagam um preço altíssimo pela bobagem feita por Arafat. E o homem que comanda a reação de Israel, que é o país agredido, é aquele que chegou mais longe no esforço de paz. Esforço que custou a sua deposição.


Extraído do blog: www.reinaldoazevedo.com.br

Israel-Hamas 5

Estava produzindo um texto para lançar forte luz sobre a questão no Oriente Médio, quando, nesta madrugada, deparei-me com o texto do fabuloso João Pereira Coutinho, colunista português da Folha de SP. Por incrível que pareça, por isso minha alegria, minha linha era parecidíssima, na verdade, a teia da ficção, com a dele. Claro, nem de longe pretendo aproximar-me da maravilhosa pena do luzitano. Leiam, leiam:

Mudar as palavras

ISRAEL ESTÁ novamente em guerra com os terroristas do Hamas, e não existe comediante na face da Terra que não tenha opinião a respeito. Engraçado. Faz lembrar a última vez que estive em Israel e ouvi, quase sem acreditar, um colega meu, acadêmico, que em pleno Ministério da Defesa, em Jerusalém, começou a "ensinar" os analistas do sítio sobre a melhor forma de acabarem com o conflito. Israel luta há 60 anos por reconhecimento e paz. Mas ele, professor em Coimbra, acreditava que tinha a chave do problema. Recordo a cara dos israelenses quando ele começou o seu delírio. Uma mistura de incredulidade e compaixão.Não vou gastar o meu latim a tentar convencer os leitores desta Folha sobre quem tem, ou não tem, razão na guerra em curso. Prefiro contar uma história.

Imaginem os leitores que, em 1967, o Brasil era atacado por três potências da América Latina. As potências desejavam destruir o país e aniquilar cada um dos brasileiros. O Brasil venceria essa guerra e, por motivos de segurança, ocupava, digamos, o Uruguai, um dos agressores derrotados.Os anos passavam. A situação no ocupado Uruguai era intolerável: a presença brasileira no país recebia a condenação da esmagadora maioria do mundo e, além disso, a ocupação brasileira fizera despertar um grupo terrorista uruguaio que atacava indiscriminadamente civis brasileiros no Rio de Janeiro ou em São Paulo.

Perante esse cenário, o Brasil chegaria à conclusão de que só existiria verdadeira paz quando os uruguaios tivessem o seu Estado, o que implicava a retirada das tropas e dos colonos brasileiros da região. Dito e feito: em 2005, o Brasil se retira do Uruguai convencido de que essa concessão é o primeiro passo para a existência de dois Estados soberanos: o Brasil e o Uruguai.

Acontece que os uruguaios não pensam da mesma forma e, chamados às urnas, eles resolvem eleger um grupo terrorista ainda mais radical do que o anterior. Um grupo terrorista que não tem como objetivo a existência de dois Estados, mas a existência de um único Estado pela eliminação total do Brasil e do seu povo.

É assim que, nos três anos seguintes à retirada, os terroristas uruguaios lançam mais de 6.000 foguetes contra o Sul do Brasil, atingindo as povoações fronteiriças e matando indiscriminadamente civis brasileiros. A morte dos brasileiros não provoca nenhuma comoção internacional.Subitamente, surge um período de trégua, mediado por um país da América Latina interessado em promover a paz e regressar ao paradigma dos "dois Estados". O Brasil respeita a trégua de seis meses; mas o grupo terrorista uruguaio decide quebrá-la, lançando 300 mísseis, matando civis brasileiros e aterrorizando as populações do Sul.

Pergunta: o que faz o presidente do Brasil?Esqueçam o presidente real, que pelos vistos jamais defenderia o seu povo da agressão.

Na minha história imaginária, o presidente brasileiro entenderia que era seu dever proteger os brasileiros e começaria a bombardear as posições dos terroristas uruguaios. Os bombardeios, ao contrário dos foguetes lançados pelos terroristas, não se fazem contra alvos civis -mas contra alvos terroristas. Infelizmente, os terroristas têm por hábito usar as populações civis do Uruguai como escudos humanos, o que provoca baixas civis.Perante a resposta do Brasil, o mundo inteiro, com a exceção dos Estados Unidos, condena veementemente o Brasil e exige o fim dos ataques ao Uruguai.

Sem sucesso. O Brasil, apostado em neutralizar a estrutura terrorista uruguaia, não atende aos apelos da comunidade internacional por entender que é a sua sobrevivência que está em causa. E invade o Uruguai de forma a terminar, de um vez por todas, com a agressão de que é vítima desde que retirou voluntariamente da região em 2005.
Além disso, o Brasil também sabe que os terroristas uruguaios não estão sós; eles são treinados e financiados por uma grande potência da América Latina (a Argentina, por exemplo). A Argentina, liderada por um genocida, deseja ter capacidade nuclear para "riscar o Brasil do mapa".

Fim da história? Quase, leitores, quase. Agora, por favor, mudem os nomes. Onde está "Brasil", leiam "Israel". Onde está "Uruguai", leiam "Gaza". Onde está "Argentina", leiam "Irã". Onde está "América Latina", leiam "Oriente Médio". E tirem as suas conclusões. A ignorância tem cura. A estupidez é que não.

JOÃO PEREIRA COUTINHO
Folha de São Paulo, 6 jan 2009