26/09/2014

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Nisto é glorificado meu Pai, em que deis muito fruto; e assim vos tornareis meus discípulos.  João 15, 8

Cada vez mais observo o distanciamento entre o que fazemos e a razão para o que fazemos. Se não procurarmos o fundamento e o propósito, sem percebermos, “inventamos” uma outra coisa, e, infelizmente, iludimo-nos, aceitando e reverenciando, muitas vezes, o objeto inventado.

Simon Sinek escreveu um livro interessante: Por quê ? (Por que você faz o que faz ?).  Seu argumento (e nosso urgente aprendizado) é que a busca pela razão do que se faz dá entendimento, sentido, segurança e paixão.  Há uma chance muito grande de fazermos mais e melhor quando sabemos o porquê do que estamos fazendo (ou vivendo).

Uma das lacunas da vida cristã, verdadeiro agente de fraqueza, está no fato de abraçarmos o evento da cruz sem importarmos com a obediência que emana da cruz.  Por outras palavras, é possível crer em Cristo sem obedecê-lo, segui-lo, tornar-se um aprendiz/discípulo, aceitar o Senhorio dele, cuidar da formação espiritual, conforme os imperativos bíblicos ?

Nada nas Escrituras sugere que podemos decidir desfrutar da crença em Cristo sem ser seu aprendiz, seguidor e praticante.  A salvação sem obediência é desconhecida na Bíblia.

Incorremos, sempre, em grande perigo: não aprofundando nos porquês, carecemos de imunidade contra os vírus que nos capturam e obrigam-nos a ser sujeitos absolutos e soberbos da nossa própria história. E não há um pobre mortal nessa terra que esteja blindado contra isso.  Dito de outra forma, aceitamos as gotas do sangue dele, mas rejeitamos compartilhar do seu suor diário, forjador do caráter que nos diferencia. Sonhamos com o céu eterno, mas negamos a jornada cotidiana de apurar os ouvidos para receber a voz suave ou severa que nos reconduz ao caminho.

Nada (ou poucas coisas) é mais importante, após aceitar o evento da cruz, do que apresentar-se para ser um discípulo de Jesus.  Ali, na paciência e na disciplina do aprendizado, permitimos que Ele cresça em nós, ajudando-nos em tudo, lapidando a humildade de que tanto carecemos, incutindo em nossas mentes a razão da nossa existência, desofuscando nossos olhos para vermos a beleza e oportunidade para servir, fazendo exatamente o que Jesus fez e espera de cada um.

Por esse ponto crucial, sem pestanejar, consideramos que o convite para segui-lo, tal qual Ele o fez aos discípulos, perdura até hoje, para homens e mulheres de boa vontade, a quem Ele quer bem, e isso deve ser tomado com grande alegria e honra.


O ponto final é: sem ser discípulo não produzimos fruto.  Sem produzir fruto, não somos discípulos, somos qualquer outra coisa inventada. Para ser discípulo é obrigatório conhecê-lo e praticar o que Ele pediu.  Assim, o discípulo vive em alegria, contribuindo e vivendo o evangelho de Jesus, que tudo transforma.