27/07/2012

Para a Glória de Deus e o bem da Cidade



Desde o início dos tempos, um fato é evidente e revelado: o homem não foi criado para viver só. O primeiro livro da Bíblia revela-nos sobre esta realidade: “Não é bom que o homem viva só “(Gn 2,18). 

A primeira providência de Deus foi criar um ser semelhante e complementar. Andar a dois, no mínimo, faria parte da inalienável condição de ser social. Além de semelhante e complementar, Deus os criou interdependentes para a continuação da obra humana. A reprodução sexuada humana faz parte daquilo que podemos chamar de um-precisa-do-outro.

A primeira família foi constituída, outras famílias vieram da primeira. Assim, o ajuntamento de pessoas torna tudo melhor: casal, filhos, família, famílias, grupos, aldeias e cidades.

Na Bíblia, as cidades são citadas porque assim, em qualquer parte, o homem encontrou sua melhor forma de viver e explorar suas potencialidades. Por exemplo, para onde convergiu o símbolo do culto e do poder administrativo de Israel, quando suas instituições ganharam desenvolvimento ? Jerusalém! E, mais tarde, qual local abrigou o maior evento de amor de Deus pela criação ? Não foi em Jericó ou Belém, mas na densamente povoada cidade de Jerusalém.

Hoje, vivemos na maior cidade do país. Como o apóstolo Paulo, devemos cumprir os propósitos do Senhor na cidade onde estamos. O nosso palco é a cidade de São Paulo. Os desafios estão diante de nós. A nossa cidade, como Jerusalém para os primeiros cristãos, estampa incontáveis oportunidades e necessidades, constituindo-se (assim como qualquer outra grande cidade) como terreno fértil para se beneficiar com a renovação que o evangelho do nosso Senhor Jesus Cristo oferece.  Se você examinar bem, verá que o evangelho transforma todas as coisas.

Sem prejuízo de outras frentes/tarefas, lançando mão de acurada observação para escolher o que melhor oferecer/trabalhar, cinco áreas de atuação são importantes em qualquer grande cidade:

1.     Evangelismo como a mais elevada esperança para as pessoas.  Precisa ser sólido em seu conteúdo e criativo na sua apresentação. O evangelho, como ideia de ecossistema, dialoga e preenche tudo conforme a vontade de Deus;
2.     Misericórdia e Justiça.  O evangelho pode ser tomado como palavras ao vento caso esteja descolado de ajuda efetiva ao próximo, em todas as esferas de necessidade.  Ajudar de fato, materialmente, é marca indelével do cristão; em outras palavras, impossível ser cristão sem ajudar ao próximo (Mt 25). Atos concretos em favor dos mais pobres, por exemplo, é potencializado e com resultados animadores quando operacionalizados por um pool de igrejas, não importando o corte denominacional;
3.     Renovação cultural. Há uma parcela do extrato social que é desprezada quando envidamos esforços evangelísticos: os formadores de cultura e opinião. Esta negligência tola custa muito caro, pois eles ditam, por vários meios, os bens culturais consumidos pela população. Logo, se muitos deles, opinando e produzindo bens culturais, fizessem com bases cristãs, teríamos chance de menos horrores e menos degradação moral;
4.     Fé e Trabalho.  Passamos mais de 1/3 de nosso tempo no local de trabalho, envolvidos com as necessidades do mundo corporativo. Não há razão para não estabelecer uma plataforma cristã (fé, espiritualidade, valores etc) que nos auxilie a extrair o máximo do trabalho, agregando os mais altos valores possíveis, como forma de crescimento, riqueza e testemunho. A fé cristã precisa ir para o ambiente de trabalho, não como púlpito de pregação explícita, muitas vezes inoportuna, mas enriquecendo a experiência corporativa com a solidez da vida no evangelho e no foco da glorificação de Deus;
5.     Plantação de novas igrejas.  Por fim, sem esgotar as possibilidades, quanto mais plantarmos novas igrejas com o DNA que serve, interage e transforma a cidade por meio de ações pessoais e institucionais, teremos a certeza de que estaremos cumprindo com desempenho máximo a Grande Comissão de Jesus Cristo (Mateus 28).

Nosso propósito: a Glória de Deus, em tudo, em todo tempo.  Nosso foco: o bem da cidade, renovando-a com base no evangelho da graça do nosso Senhor Jesus Cristo.


(*)  Parte do título e a foto devem ser creditadas ao bom amigo de Atlanta, da Perimeter Presbyterian Church, Travis Vaughn