21/12/2016

Deus conosco




E isto vos servirá de sinal: encontrareis uma criança envolta em faixas e deitada em manjedoura e deitada e manjedoura.
E, subitamente, apareceu com o anjo uma multidão da milícia celestial, louvando a Deus e dizendo:
Glória a Deus nas maiores alturas, e paz na terra entre os homens, a quem ele quer bem.
(Lucas 2, 12-14)


Como podemos entender os atos de Deus em relação aos homens ? Se gastarmos um dedinho de tempo, uma pitada de paciência e fios de sinceridade, não mais do que isso, chegaremos ao triste fato: quem somos nós para que Ele nos dispense tanto amor ?  Por que Ele insiste em andar conosco ?

Cá com meus botões, examinando as Escrituras Sagradas, inclino-me a crer, sem a mínima condição de mensurar, na bondade inesgotável de Deus.  Criou-nos com o DNA da escolha.  O que Ele deseja ?  Que o reconheçamos, livremente, como nosso Criador, Senhor, Salvador e Amigo fidelíssimo. Ele espera pela atitude de cada um ao se deparar com Ele (Deus sempre vem ao nosso encontro), reconhecendo quem Ele é, e, nesse momento, olhemos para dentro de nós e assumamos nossa carência e necessidade dele.  Trata-se do encontro existencial mais importante para qualquer ser humano, em qualquer canto da terra, em qualquer época.

Sempre pensando e amando suas criaturas especiais (João 3, 16), na época mais importante de toda história, fez o improvável: enviou seu Filho amado para resolver, definitivamente, o problema da rebeldia humana.

Contra as construções idólatras dos homens, sim, somos tecelões vagarosos de ídolos materiais e imateriais, Deus fez seu filho entrar no mundo pelo meio e forma mais inacreditáveis: simplicidade. Como assim ? Deus Filho nascido de mulher ? Como o filho do Ser Absoluto pode ter nascido em meio às palhas e cheiro de animais ?

Pois é, o natal de Jesus sinalizou (e até hoje) a inversão: o Rei Eterno não seria admirado e seguido por imposição ou costume de época. O Rei Eterno passaria a ser seguido exatamente por quem ele é e pelos atos justos, amorosos, cheios de compaixão e misericórdia pelos mais necessitados.  Para crer e seguir esse Rei, não mais seria necessário a reverência cultural ou o temor, mas a aceitação do simples e radical fato: ele veio para transformar, por dentro, cada coração, fazendo com que tudo, tudo a partir de então seja visto, crido e vivido segundo sua ótica e orientação.  Precisamos dele, desesperadamente, para tudo.

Olhemos o mundo ao nosso redor. Olhemos mais adiante. Examinemos quem é o ser humano, quando desprovido de Cristo.  Olhemos a inviabilidade dos que insistem em viver sob a ótica egoísta, soberba,  egocêntrica e cercado de ambições materiais.

Imagine se os homens/mulheres dos palácios, parlamentos, das canetas decisórias, os togados, os que constroem riquezas pelos empreendimentos, os professores, os simples e os pomposos, enfim, todos os que habitam as cidades, fossem humildes e procurassem o sentido profundo para suas vidas e o bem comum ?  Onde podem encontrar inspiração para isso ?  No menino nascido em Belém!

Mais um natal, mais uma chance para revertermos o rumo de nossas vidas. O nascimento do menino, na pequenina Belém, de pais simples, sem nenhum conforto, indica que tipo de Deus veio ao mundo. 

O que será mais importante nesse natal ? Presentes, comidas ? Ou a alegria de receber e pertencer a Jesus ?  Tenho certeza de que os presentes e as comidas serão coadjuvantes do verdadeiro natal.

O significado do verdadeiro e genuíno natal ?

Simples, diferente, definitivo: Deus veio habitar conosco!


Feliz natal!