Por que Jesus nasceu ? Por que, segundo a Bíblia, Deus se fez homem e habitou entre nós ?
Certamente não foi para ser nosso amigo, embora seja o nosso mais fiel amigo. Certamente não foi para efetuar milagres, embora tenha curado doentes terminais e ressuscitado mortos. Certamente não foi para ser filantropo, embora tenha alimentado multidões.
Por que Jesus nasceu ? Porque Deus Pai, Criador de tudo e todos, continuou a nos amar sobejamente, dia após dia, desde o início de tudo. Tal como o pai humano que substitui o filho nas tarefas impossíveis, o Pai celestial nos substituiu em Cristo, porque jamais poderíamos liquidar o escrito de dívida que era contra nós.
Ele nasceu para a maior façanha da terra: evitar nossa perdição eterna. Nasceu com objetivo, propósito, meta - sofrer na cruz, vencer a cruz, morrer, ressuscitar e preparar um lugar para nós, ao seu lado, na eternidade.
Quem não crê nisso é pobre de espírito (com todo respeito).
É Natal! Jesus nasceu! Nasceu para ser seu Salvador e Senhor. Nasceu como o presente supremo para você e os seus, para o mundo.
Nosso ganho espiritual também está na reflexão sobre um ser divino que é eterno, sem início ou fim. Somente um Deus assim pode ser tudo para nós. Somente um Deus assim tem soberania sobre nós. Somente um Deus assim é o nosso Guia.
Porque um menino nos nasceu, um filho se nos deu; o governo está sobre os seus ombros; e o seu nome será: Maravilhoso Conselheiro ...
Isaías 9,6
Uma das atribuições de Cristo, dentre tantas, é oferecer ajuda quando estamos atarantados, desorientados, agoniados, em conflito. Por isso, como Pai carinhoso, desejando a lucidez e quietude dos filhos, convida-nos para ir a Ele: "Vinde a mim, todos os que estais cansados e sobrecarregados, e eu vos aliviarei. Tomais sobre vós o meu jugo e aprendei de mim, porque sou manso e humilde de coração; e achareis descanso para a vossa alma." (Mt 11, 28-29)
Jesus nasceu para isso (também), ajudá-lo nas horas de necessidade. A pergunta sempre é a mesma: Você recorre ao Maravilhoso Conselheiro ?
Então, disse Maria: A minha alma engrandece ao Senhor, e o meu espírito se alegrou em Deus, meu Salvador, porque contemplou na humildade da sua serva. Pois, desde agora, todas as gerações me considerarão bem-aventurada, porque o Poderoso me fez grandes coisas. Santo é o seu nome.
A sua misericórdia vai de geração em geração sobre os que o temem.
Agiu com o seu braço valorosamente; dispersou os que, no coração, alimentavam pensamentos soberbos.
Derrubou do seu trono os poderosos e exaltou os humildes.
Encheu de bens os famintos e despediu vazios os ricos.
Amparou a Israel, seu servo, a fim de lembrar-se da sua misericórdia a favor de Abraão e de sua descendência, para sempre, como prometera aos nossos pais.
E Jesus, respondendo, disse-lhes: Ide e anunciai a João o que estais ouvindo e vendo: os cegos veem, os coxos andam, os leprosos são purificados, os surdos ouvem, os mortos são ressuscitados, e aos pobres está sendo pregado o evangelho. E bem-aventurado é aquele que não achar em mim motivo de tropeço. (Mt 11, 4-6)
A dúvida era do seu parente, João, quando no cárcere, ao ouvir os testemunhos do que Jesus fizera até então. Ao enviar portadores a Jesus, ele desejava encaixar as predições, selar sua parte na história, não falhar no discernimento. Nada mais natural.
A resposta de Jesus não foi doutrinal, mas a mais nua e crua evidência da sua natureza e identidade: Eu sou o que sou. Eu sou o que faço. Eu faço o que o Pai faz. O que faço é amar e transformar gentes.
O natal de Jesus foi o início de uma jornada única na história, materializando o incomensurável amor do Pai pela criação. Desde que o homem foi deixado ao léu por causa da rebeldia original, nada no universo poderia ser feito para aplacar a decepção e ira do Criador. Os sacrifícios rituais pontuais e sucessivos forjavam um paliativo e ao mesmo tempo prenunciavam a necessidade de algo mais que perfeito, suficiente e eterno. O sacrifício único de Jesus na cruz respondeu à necessidade latente. Desde o início, o natal de Jesus apontava para a sua cruz, evitando, posteriormente, as nossas cruzes.
O que fez Jesus entre o natal e a cruz ? Cuidou de gente, tentando apontar para algo infinitamente mais significativo - A Redenção plena. “Quem beber desta água jamais terá sede”; “Quem comer deste pão jamais terá fome”; quem não vê o bordado de Deus na criação, passa a contemplar; quem cambaleia por caminhos inseguros, apruma-se; quem adoece nas sujeiras e doenças deste mundo, é sarado; quem não ouve as palavras mais doces e puras, é beneficiado com nova audição; quem não vê razão para viver, deslumbra-se com a nova perspectiva; quem foi forjado na gramática da torpeza, reeduca-se com a semântica cristocêntrica.
Por isso, desde então, ano após ano, dia após dia, você é agraciado pelo natal de Jesus, quando o aceita, encarna, vive e o celebra. Um verdadeiro bem-aventurado, cujo caminho é limpo, ainda que faxinado diariamente, mas jamais como motivo de tropeço.