Desde o
início dos tempos, um fato é evidente e revelado: o homem não foi criado para
viver só. O primeiro livro da Bíblia revela-nos sobre esta realidade: “Não é bom que o homem viva só “(Gn 2,18).
A primeira
providência de Deus foi criar um ser semelhante e complementar. Andar a dois,
no mínimo, faria parte da inalienável condição de ser social. Além de
semelhante e complementar, Deus os criou interdependentes para a continuação da
obra humana. A reprodução sexuada humana faz parte daquilo que podemos chamar
de um-precisa-do-outro.
A primeira
família foi constituída, outras famílias vieram da primeira. Assim, o
ajuntamento de pessoas torna tudo melhor: casal, filhos, família, famílias,
grupos, aldeias e cidades.
Na Bíblia, as
cidades são citadas porque assim, em qualquer parte, o homem encontrou sua
melhor forma de viver e explorar suas potencialidades. Por exemplo, para onde
convergiu o símbolo do culto e do poder administrativo de Israel, quando suas
instituições ganharam desenvolvimento ? Jerusalém! E, mais tarde, qual local abrigou
o maior evento de amor de Deus pela criação ? Não foi em Jericó ou Belém, mas
na densamente povoada cidade de Jerusalém.
Hoje, vivemos
na maior cidade do país. Como o apóstolo Paulo, devemos cumprir os propósitos
do Senhor na cidade onde estamos. O nosso palco é a cidade de São Paulo. Os
desafios estão diante de nós. A nossa cidade, como Jerusalém para os primeiros cristãos,
estampa incontáveis oportunidades e necessidades, constituindo-se (assim como
qualquer outra grande cidade) como terreno fértil para se beneficiar com a
renovação que o evangelho do nosso Senhor Jesus Cristo oferece. Se você examinar bem, verá que o evangelho
transforma todas as coisas.
Sem prejuízo
de outras frentes/tarefas, lançando mão de acurada observação para escolher o
que melhor oferecer/trabalhar, cinco áreas de atuação são importantes em
qualquer grande cidade:
1. Evangelismo
como a mais elevada esperança para as pessoas. Precisa ser sólido
em seu conteúdo e criativo na sua apresentação. O evangelho, como ideia de
ecossistema, dialoga e preenche tudo conforme a vontade de Deus;
2. Misericórdia
e Justiça. O evangelho pode ser tomado como palavras ao
vento caso esteja descolado de ajuda efetiva ao próximo, em todas as esferas de
necessidade. Ajudar de fato,
materialmente, é marca indelével do cristão; em outras palavras, impossível ser
cristão sem ajudar ao próximo (Mt 25).
Atos concretos em favor dos mais pobres, por exemplo, é potencializado e com
resultados animadores quando operacionalizados por um pool de igrejas, não
importando o corte denominacional;
3. Renovação
cultural. Há uma parcela
do extrato social que é desprezada quando envidamos esforços evangelísticos: os
formadores de cultura e opinião. Esta negligência tola custa muito caro, pois
eles ditam, por vários meios, os bens culturais consumidos pela população.
Logo, se muitos deles, opinando e produzindo bens culturais, fizessem com bases
cristãs, teríamos chance de menos horrores e menos degradação moral;
4. Fé
e Trabalho. Passamos mais de 1/3 de nosso tempo no local
de trabalho, envolvidos com as necessidades do mundo corporativo. Não há razão
para não estabelecer uma plataforma cristã (fé, espiritualidade, valores etc)
que nos auxilie a extrair o máximo do trabalho, agregando os mais altos valores
possíveis, como forma de crescimento, riqueza e testemunho. A fé cristã precisa
ir para o ambiente de trabalho, não como púlpito de pregação explícita, muitas
vezes inoportuna, mas enriquecendo a experiência corporativa com a solidez da
vida no evangelho e no foco da glorificação de Deus;
5. Plantação
de novas igrejas. Por fim, sem esgotar as possibilidades, quanto
mais plantarmos novas igrejas com o DNA que serve, interage e transforma a
cidade por meio de ações pessoais e institucionais, teremos a certeza de que
estaremos cumprindo com desempenho máximo a Grande Comissão de Jesus Cristo
(Mateus 28).
Nosso
propósito: a Glória de Deus, em tudo, em todo tempo. Nosso foco: o bem da cidade, renovando-a com
base no evangelho da graça do nosso Senhor Jesus Cristo.
(*) Parte do título e a foto
devem ser creditadas ao bom amigo de Atlanta, da Perimeter Presbyterian Church,
Travis Vaughn
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