Um
homem, - era aquela noite amiga,
Noite
cristã, berço do Nazareno –
Ao
relembrar os dias de pequeno,
E
a viva dança, e a lépida cantiga,
Quis
transportar ao verso doce e ameno
As
sensações da sua idade antiga,
Naquela
mesma velha noite amiga,
Noite
cristã, berço do Nazareno.
Escolheu
o soneto ... A folha branca
Pede-lhe
a inspiração; mas, frouxa e manca,
A
pena não acode ao gesto seu.
E,
em vão lutando contra o metro adverso,
Só
lhe saiu este pequeno verso:
“Mudaria o Natal ou
mudei eu ?”
Machado de Assis, 1901